REPÓRTER: Aceitar a própria deficiência não é fácil, mas é o primeiro passo para a superação. É nisso que acredita o atleta Ricardo de Oliveira, que conquistou o primeiro ouro do Brasil nas Paralimpíadas Rio 2016, no salto em distância, na categoria T11, para cegos totais.
SONORA: Ricardo de Oliveira, atleta paralímpico
“Eu fiz da minha deficiência o meu melhor inimigo, que vai me acompanhar por tempo indeterminado. Eu não pus uma dificuldade na minha visão. Eu aceitei e as coisas vieram a meu favor, a partir do momento que eu aceitei”.
REPÓRTER: Na prova realizada nesta quinta-feira (8), Ricardo estava atrás do recordista mundial, Lex Gillette, dos Estados Unidos. Mas, no último salto, superou a sua marca e venceu a prova com a distância de 6 metros e 52. A plateia foi ao delírio. Para Ricardo, o apoio da torcida foi essencial para a conquista do ouro.
SONORA: Ricardo de Oliveira, atleta paralímpico
“Eu fiquei muito emocionado. Eu agradeço a todos que torceram por mim, me ajudaram muito. E me deixou mais ‘vamos, vamos’, com aquela pegada de brasileiro. Eu falei: ‘vamos lá que é nós’.”
REPÓRTER: Com dois anos de idade, Ricardo já tinha dificuldade para enxergar. Em 1996, descobriu que tinha uma doença chamada Stargardt, que estava em estágio avançado, e acabou por deixá-lo cego total. Ricardo começou no esporte com corridas de rua e depois passou para as provas de pista de atletismo. Competiu pela primeira vez internacionalmente no ano passado, no Mundial de Doha, no Catar.
Reportagem, Bruna Goularte