Multinacional catarinense aumenta produção após lançamento de máquina de corte de aço a laser desenvolvida em parceria com o SENAI

Empresa cresceu 273%, em 2017, e vai investir em nova fábrica para atender a demanda de máquinas

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Por Aline Dias

A multinacional catarinense Welle Laser, especializada em máquinas e equipamentos para marcação e gravação a laser e microusinagem, cresceu 273%, em 2017. Um dos fatores que colaboraram para o sucesso da empresa foi o lançamento, no ano passado, de uma máquina para corte de aço a laser. O equipamento, que pode cortar chapas de aço de até 30 milímetros, foi desenvolvido em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Laser, localizado no município de Joinville, em Santa Catarina.

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Atualmente, a empresa se prepara para investir em uma nova fábrica para expandir a capacidade de produção e atender a demanda que tem recebido das indústrias. O CEO da Welle Laser, Rafael Mantovani, explica que colocar a máquina no mercado exigiu muito trabalho, mas que rendeu bons resultados para a fabricante. “É uma máquina inédita no Brasil. Geralmente você tem máquinas que ou são precisas ou são rápidas, precisas e rápidas é um desafio enorme”, destaca.

Segundo o CEO, a produção das máquinas exigiu um investimento de mais de R$10 milhões, mas já conseguiu arrecadar pelo menos duas vezes mais do que valor investido. Rafael também afirma que o apoio do Instituto SENAI de Inovação foi o que tornou o projeto possível. “O SENAI possibilitou que a gente fizesse um avanço nesse desenvolvimento, que foi fundamental para a companhia. E a parte tecnológica do desenvolvimento do equipamento, o SENAI nos ajudou bastante nessa etapa”, ressalta. Ainda de acordo com o CEO, investir em inovação é o que determina o sucesso da companhia.

O diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Santa Catarina (SENAI-SC), Jefferson de Oliveira, explica que o objetivo dos Institutos SENAI de Inovação é proporcionar soluções ágeis e inovadoras sob medida às necessidades da indústria. “O objetivo mesmo é intensificar os conhecimentos já desenvolvidos na ciência, na tecnologia básica, já aplicados, para produtos novos aqui no Brasil. É um conjunto de aplicações que são importantes dentro do mapa da nossa indústria brasileira. São aplicações importantes para as empresas”, afirma.

Em Santa Catarina, estão três dos 25 Institutos SENAI de Inovação. Eles são especializados em Laser, Sistemas de Manufatura e Sistemas Embarcados. Os institutos surgiram a partir do incentivo da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), movimento coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que reúne mais de 150 lideranças das maiores empresas brasileiras.

A localização de cada instituto buscou facilitar o fluxo de conhecimento científico e tecnológico entre o ambiente acadêmico e o setor produtivo. Além das universidades, os Institutos SENAI de Inovação possuem parceiras internacionais, que são acionadas quando um projeto ou serviço exige conhecimento ou equipamentos inexistentes no Brasil.

Inovação no Brasil
O Brasil ocupa a 64ª posição no Índice Global de Inovação (IGI). O país subiu no ranking, mas não ficou nem mesmo entre os líderes em inovação na América Latina, que segue com o Chile na primeira posição regional. Nos últimos dois anos, o país ocupava o 69º lugar. Na escala global, Suíça, Reino Unido e os Estados Unidos lideram. A melhor colocação já registrada foi em 2011, quando o Brasil ocupava a 47ª.

De acordo com a última Pesquisa de Inovação (Pintec), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada a cada três anos, o percentual de empresas inovadoras que receberam apoio do governo para atividades de inovação aumentou em relação ao período anterior, passando de 34,2%, entre 2009 e 2011, para 40%, entre 2012 e 2014. Mas a principal fonte de suporte financeiro continua sendo o autofinanciamento. Quase 70% das empresas que inovaram em produto ou processo, entre 2012 e 2014, apontaram a escassez de fontes de financiamento como uma das maiores dificuldades para realizar inovação.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) identificou e encaminhou aos candidatos à presidência uma série de propostas para o fortalecimento da política industrial e de inovação. Entre as medidas estão o aumento de recursos financeiros destinados à Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio do governo federal e entidades privadas, e a implementação de políticas de suporte ao desenvolvimento de pequenas e médias empresas inovadoras.