MARIANA (MG): Samarco admite risco de rompimento nas barragens de Germano e Santarém

A empresa afirmou que tem realizado ações de emergência na região, no entanto,  o risco de rompimento de novas barragens é real.

Salvar imagem

REPÓRTER: A mineradora Samarco admitiu que existe o risco de rompimento nas barragens de Santarém e Germano que ficam próximas da represa de Fundão que se rompeu no dia 5 de novembro, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Em entrevista coletiva, o gerente-geral de projetos estruturais da Samarco, Germano Lopes, afirmou que a empresa tem realizado ações de emergência na região, no entanto,  o risco de rompimento de novas barragens é real.

SONORA: Germano Lopes, gerente-geral de projetos estruturais da Samarco.
 
“Tem o risco e nós, para aumentar o fator de segurança e reduzirmos o risco, nós estamos fazendo as ações emergenciais necessárias. Então nós estamos correndo para que consigamos fazer o máximo possível de obras sem termos uma grande interferência com o período de chuva.”
 
REPÓRTER: Ainda na coletiva, o diretor de operações e infraestrutura da Samarco, Kléber Terra, afirmou que o fator de segurança na barragem de Santarém é de 1,37, o que significa uma estabilidade de 37% acima do equilíbrio limite que é 1. Na de Germano, o diretor afirmou que o índice de 1,22, o menor em todo o complexo. Segundo Kleber Terra , a maior parte da barragem de Santarém está preservada. No entanto, existem danos na crista – o ponto mais alto da barragem – e em parte da estrutura do vertedouro, estrutura que permite a saída de água.
 
SONORA: Kléber Terra, diretor de operações e infraestrutura da Samarco
 
“A barragem de Santarém está com volume de 5,5 a 6 milhões de m³ retidos nela de sedimentos. Já há um plano coordenado pela defesa civil, que a gente ta monitorando todo dia. Todo dia esse fator de segurança é informado para a defesa civil. O monitoramento dessas barragens está sendo feito de forma online, a gente tem radares colocados numa sala de controle onde técnicos ficam 24 horas por dia monitorando essas barragens. A gente não percebeu ainda, pelo monitoramento, nenhuma movimentação dessas barragens até o atual momento posterior à descida de Fundão e esse monitoramento é contínuo.”
 
REPÓRTER: Ainda de acordo com Kleber Terra, blocos de rocha estão sendo colocados de cima para baixo, para reforçar a estrutura das duas barragens. Este procedimento deve durar cerca de 45 dias na barragem de Germano. Na de Santarém, as obras têm um prazo de 90 dias. Na terça-feira, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com os governadores de Minas Gerais e do Espírito Santo, para traçar metas e elaborar um plano de recuperação da Bacia Hidrográfica do rio Doce. Para isso, a Advocacia-Geral da União e as procuradorias estaduais deverão se reunir para definir a arquitetura jurídica das medidas que incluem as ações emergenciais às regiões atingidas e pela recuperação e revitalização do rio Doce.
 
Reportagem, João Paulo Machado

Continue Lendo



Receba nossos conteúdos em primeira mão.