MARANHÃO: Meninas de 11 a 13 anos devem tomar segunda dose da vacina contra HPV

Estado está longe de atingir meta estipulada pelo Ministério da Saúde de imunizar 75% das meninas entre 11 e 13 anos com segunda dose da vacina contra HPV

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REPÓRTER: A vacinação para a segunda dose da vacina contra o HPV continua em todo o Brasil. As meninas de 11 a 13 anos de idade precisam procurar uma das 35 mil Unidades Básicas de Saúde em todo o país e se vacinar contra o vírus que causa o câncer do colo do útero. Apesar do sucesso da vacinação na primeira fase, nesta segunda fase o número de meninas vacinadas está abaixo do necessário. É bom lembrar que não adianta nada tomar a primeira dose e não tomar a segunda. Francisco Carvalho mora no Maranhão e é pai de uma adolescente de 13 anos. O servidor público conta que a família é cristã e apoia a vacinação contra o HPV.
 
SONORA: servidor público – Francisco Carvalho
 
“Hoje o mundo ele vive muito cheio de epidemia. E a gente como pai, tem a função de proteção. Como a gente é cristão, a gente vai desse princípio da palavra de Deus que nos diz que devemos cuidar primeiro da família e a saúde está inserida nesse contexto. Ela, uma vez imunizada, tem uma vida saudável e tendo uma vida saudável ela pode se locomover, ela pode trabalhar, estudar, e principalmente pode namorar e casar com segurança, sem aquela preocupação de transmissão dessa doença.”
 
REPÓRTER: Somente em 2014, o Maranhão registrou 880 casos de câncer do colo do útero, o terceiro tipo de câncer que mais mata mulheres no país. Para o secretário de saúde do Maranhã, Marcos Pacheco, a meta de vacinação deverá ser atingida independentemente do tamanho do estado e das questões religiosa e cultural.
 
 SONORA: secretário de Saúde do Estado do Maranhão – Marcos Pacheco
 
“Aqui no Maranhão nós temos tido ainda muita fragilidade nessa consolidação da atenção primária. Eu acho que a gente precisa também não só ficar debruçado sobre essa questão da logística, mas também sobre essa questão do fator cultural, porque o Maranhão além de ser um estado muito grande, ele é um estado que tem uma característica cultural muito forte, é um estado poliétnico, nós temos populações indígenas muito grande, populações quilombolas, e às vezes a gente tem até uma certa dificuldade de penetração nessas comunidades, mas isso é uma coisa que a gente tem consciência e que precisa trabalhar isso. Vamos ter que ter conversas muito particulares com pastores, igrejas e alguns padres mais conservadores. Mas o grande foco nosso aqui realmente tem que ser a escola. A gente acha que a escola é o espaço privilegiado para a gente investir nisso porque é lá que essas meninas estão. O nosso grande foco é cumprir a meta.”
 
REPÓRTER: O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, fala da importância de vacinar meninas de 11 a 13 anos contra o vírus HPV, lembrando que com isso esta poderá ser a primeira geração de mulheres livre das mortes por câncer do colo do útero.
 
SONORA: secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde – Jarbas Barbosa
 
“Essa geração que está sendo vacinada contra o HPV, combinando a vacina contra o HPV com o exame Papanicolau a partir dos 25 anos, pode ser a primeira geração livre de mortes por câncer do colo do útero, por isso, as famílias não devem perder essa oportunidade e não devem dar ouvidos a boatos que não têm nem comprovação no Brasil, nem em qualquer lugar do mundo. Essa vacina era uma vacina cara, que antes de ser incorporada pelo SUS, que só meninas ricas tinham acesso. Hoje, qualquer menina do nosso país pode estar protegida contra o câncer do colo do útero. Por isso é importante que as meninas que tomaram a primeira dose, tomem a segunda. A proteção só está completa quando ela toma a segunda dose e cinco anos depois, ela toma o reforço.”
 
REPÓRTER: As meninas entre 11 e 13 anos que não tomaram a segunda dose da vacina contra o HPV precisam procurar uma Unidade Básica de Saúde, pois não adianta nada tomar a primeira dose e não tomar a segunda. Quem ainda não tomou a primeira dose e tem entre 11 e 13 anos também precisa se vacinar.
 
Reportagem, Diane Lourenço