GOIÁS: Estado elimina o uso de inseticidas e intensifica visitas dos agentes
Desde 2014, a proposta vinha sendo analisada, pois foi averiguado que nos sete maiores municípios em que houve a utilização do veneno não ocorreu diminuição no número de casos.
LOC: O estado de Goiás tomou uma decisão muito importante para a campanha contra o mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. O poder público excluiu das estratégias de combate o uso de inseticidas, mais utilizados em carros fumacê. Desde 2014, a proposta vinha sendo analisada, pois foi averiguado que nos sete maiores municípios em que houve a utilização do veneno não ocorreu diminuição no número de casos. O coordenador de combate de vetores, Marcelo Rosa, explica o efeito que a aplicação causava nos municípios.
TEC/SONORA: Marcelo Rosa, coordenador de combate de vetores
TEC/SONORA: Marcelo Rosa, coordenador de combate de vetores
“A gente fez um estudo epidemiológico sobre isso. Então, quando a gente entrava com o fumacê fazendo as pulverizações, o número de casos notificados aumentava, de forma até surpreendente. A gente espera automaticamente quando faz uma intervenção, é que o número de casos reduza. E a gente verificou exatamente o contrário que foi um aumento da incidência.”
LOC: Com isso, os órgãos de saúde de Goiás foram buscar respostas para esse fato curioso de aumento de casos. Uma situação chamou atenção e deu incentivo para a extinção do uso de venenos. Foi verificado que em lugares onde o fumacê passava, os moradores recusavam a entrada do agente de saúde ou de endemias que fazem o trabalho de educação em saúde e de eliminação de criadouros.
TEC/SONORA: Marcelo Rosa, coordenador de combate de vetores.
“O morador achava que o fumacê substituía esse trabalho. Então assim, uma coisa que teoricamente era para compor a estratégia de combate, estava atrapalhando. Então, isso nos chamou bastante atenção. E a gente percebeu que de fato, fazia sentido. Passou o fumacê, a população é leiga, e não sabia que aquilo seria um trabalho complementar. De repente ela começou a não aceitar a entrada do agente, pelo simples fato do fumacê ter passado.”
LOC: Com isso, em 2015, o uso de veneno foi reduzido e em 2016 eliminado. Mas também teve outro fator que levou a essa decisão. A grande quantidade de veneno que era utilizada. Eram aproximadamente trinta mil litros por ano. E, segundo Marcelo, a ideia foi apostar em uma ação que dá muito resultado.
TEC/SONORA: Marcelo Rosa, coordenador de combate de vetores
TEC/SONORA: Marcelo Rosa, coordenador de combate de vetores
“Nós decidimos priorizar a eliminação mecânica. A visita domiciliar casa a casa. E para isso a gente teve que tomar essa postura. Ou seja, de criar um contra ponto. E o que a gente escolheu foi aquele mais frágil tecnicamente, que no caso é a modalidade do fumacê.”