CAPANEMA (PR): Cidade luta contra mitos para conseguir atingir meta de vacinação contra HPV
REPÓRTER: A vacina contra o vírus HPV não causa outras doenças e nem outras enfermidades. Os mitos sobre a imunização para as jovens são divulgados de forma equivocada por meio das redes sociais e demais meios de comunicação. O secretário de vigilância em Saúde do ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, destaca que a vacina é segura, mas podem ocorrer efeitos colaterais sem gravidade.
SONORA: Secretário de vigilância em Saúde do Ministério da Saúde,Jarbas Barbosa.
“Vamos lembrar que essa vacina já é usada em mais de cem países do mundo, essa vacina tem mais de 50 milhões de doses aplicadas na Europa, nos Estados Unidos. É recomendada essa vacina, porque é uma vacina eficaz para prevenir o câncer de colo de útero e é uma vacina segura. Nós não tivemos nenhuma reação grave associada a essa vacina no Brasil, como não houve em nenhum lugar do mundo. Há reações adversas, como em qualquer produto injetável, reações alérgicas, reações locais. Isso é infinitamente menor do que os grandes benefícios que essa vacina pode produzir”.
REPÓRTER: Em Capanema, no Paraná, uma menina teve paralisia no corpo depois de tomar a vacina. Porém, de acordo com a chefe do setor de epidemiologia do município, Anna Carolina de Souza, a jovem já era portadora da síndrome de Guillain-Barrê e a doença poderia ter se manifestado em qualquer outra situação.
SONORA: Chefe do setor de epidemiologia de Capanema, Anna Carolina de Souza
“É uma síndrome que ela da uma paralisia ascendente, então, ela vai tendo dificuldade de locomoção e da paralisia facial. Ela é associada ao fator genético, então, em algum momento ela poderia desencadear essa síndrome. Mas por uma coincidência, foi a do HPV que ela tinha feito”.
REPÓRTER: De acordo com Anna Carolina de Souza, por conta desse incidente, Capanema só atingiu 14 por cento da meta para a segunda dose da campanha de vacinação contra o HPV. A falta de imunização pode fazer com que aumente o número de meninas com câncer no colo do útero na cidade. A expectativa do Instituto Nacional do Câncer é que no ano que vem ocorram mais 1000 casos deste tipo de câncer, no estado. Além de prevenir a contaminação com o vírus, a vacina também evita problemas futuros a população.
SONORA: Chefe do setor de epidemiologia de Capanema, Anna Carolina de Souza
“A vacinação tem muitos benefícios, ela protege, ela é quadrivalente, ela protege de quatro sorotipos de HPV. Então, é uma doença que se contraída posteriormente ela traz muitos prejuízos para a saúde da menina. E as meninas hoje que a gente tem de 14, 15 anos adquirindo HPV comprometem não só o sistema reprodutor delas, como toda a saúde.”
REPÓRTER: A população de Capanema pode tomar a vacina contra o HPV em qualquer um dos cinco postos de saúde do município, sendo dois desses na zona rural. Equipes móveis também vão as regiões vizinhas que não possuem as unidades de imunização. Os locais funcionam de segunda a sexta, das sete e meia da manhã até as quatro e quarenta e cinco da tarde. Sem a segunda a dose a primeira não tem efeito.
Reportagem, Rodrigo Nunes