Descoberta nova espécie de planta do Cerrado

Pesquisadores fizeram recentemente a descrição de uma nova espécie denominada cientificamente como Erythroxylum niquelandense

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Pesquisadores que realizam inventário da flora e da vegetação do projeto Legado Verdes do Cerrado fizeram recentemente a descrição de uma nova espécie denominada cientificamente como Erythroxylum niquelandense, em homenagem ao município de Niquelândia/GO, onde foi encontrada. A planta é morfologicamente semelhante a outras do mesmo gênero que são identificados popularmente como pimentinha-do-mato. A Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável (RPDS) está situada em uma área de 32 mil hectares pertencente à CBA - Companhia Brasileira de Alumínio.

A nova espécie foi descrita e ilustrada em trabalho publicado pelos pesquisadores Marcos José da Silva e Maria Iracema Bezerra Loiola, em janeiro de 2021, na revista científica Phytotaxa Magnolia Press, Auckland, New Zealand. O documento apresentou a classificação biológica, períodos de floração e frutificação, distribuição geográfica e avaliação da conservação, bem como imagens representativas e um mapa de distribuição da Erythroxylum niquelandense. O pesquisador Marcos José da Silva, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), afirma que as plantas desse gênero têm propriedades muito utilizadas na medicina em medicamentos para o tratamento de doenças como câncer e aids, o que caracteriza a importância social da descoberta. “Por seu aspecto, é um gênero fácil de ser reconhecido. Tem folhas simples e frutos vermelhos. É um gênero de plantas muito difundido nas Américas” explicou o pesquisador.

A espécie foi coletada pela primeira vez em 2019 e localizada em duas áreas com maior incidência da planta no Legado Verdes do Cerrado. A planta está associada à floresta seca e chamou atenção dos pesquisadores porque o gênero geralmente tem plantas arbóreas, enquanto a Erythroxylum niquelandense é um arbusto. “Além da importância botânica, essa descoberta mostra o quanto o Cerrado como um todo ainda é pouco explorado. O Legado Verdes do Cerrado, com sua área protegida, tem grande biodiversidade de animais e plantas, de forma que nossas coletas podem revelar novas espécies. Assim como a Erythroxylum niquelandense, devem existir muitas outras e, para revelar essas riquezas, precisamos de apoio de instituições de pesquisa e empresas como a CBA e a Reservas Votorantim”, ressaltou o pesquisador Marcos José da Silva.

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