LOC.: Os municípios brasileiros registravam um rombo de quase quinze bilhões de reais em fevereiro, deste ano, segundo relatório do Banco Central. O cenário é bem diferente do que os atuais gestores receberam em janeiro de 2021: saldo positivo de quase novecentos milhões de reais. 

Especialistas dizem que as medidas adotadas para o combate à pandemia da Covid-19 impactaram a atividade econômica, reduzindo a arrecadação das prefeituras, que não se recuperou totalmente. Ao mesmo tempo, apontam para aumento de gastos com folha de pagamento, saúde e assitência social, por exemplo. A conta não fecha, diz Cesar Lima, especialista em orçamento público. 

TEC./SONORA: Cesar Lima, especialista em orçamento público
"Um fato que contribuiu bastante para esse rombo das prefeituras foi a pandemia da Covid-19, que derrubou a arrecadação por praticamente uma parada da atividade econômica, contudo as prefeituras continuavam com todas as obrigações, principalmente as obrigações de folha salarial e encargos."

Áudio (23s)

LOC.: Professor de Ciências Econômicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Vladimir Maciel diz que o primeiro ano de mandato dos gestores eleitos em outubro será desafiador. 

TEC./SONORA: Vladimir Maciel, professor de Ciências Econômicas das Universidade Presbiteriana Mackenzie
"Os prefeitos vão ter pouca margem de manobra para cumprir promessas de campanha. Os primeiros dois anos de mandato vão ser de ajuste fiscal, caso eles queiram entregar alguma obra mais no fim do mandato, alguma coisa de maior monta, porque nos dois primeiros anos não vai ter de onde tirar."

Áudio (23s)

LOC.: De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 51% das cidades estavam com o caixa no vermelho ao fim do primeiro semestre de 2023. No mesmo período de 2022, apenas 7% se encontravam nessa situação. 

Reportagem, Felipe Moura. 
 

LOC.: A abertura de novos mercados internacionais para o agronegócio brasileiro aponta a capacidade de expansão do setor em vendas externas. No primeiro quadrimestre de 2024, o Brasil fez negócio com 19 países e estabeleceu 31 novas oportunidades comerciais. Com esse resultado, o país alcançou uma posição histórica, conforme levantamento do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Na avaliação do advogado especialista em direito agrário Francisco Torma, o desenvolvimento do agronegócio brasileiro é fundamental para tornar o cenário econômico do país mais saudável.

TEC./SONORA: Francisco Torma, especialista agronegócio

“A grande vantagem econômica está sempre vinculada e relacionada ao nosso saldo positivo na balança comercial. Então como o Brasil é um país que sempre tem um saldo positivo na sua balança comercial, ou seja, exporta mais do que importa, isso é fundamental para um incremento da nossa economia, para a boa saúde da nossa economia. Além de impulsionar a balança comercial, o agronegócio brasileiro consegue gerar mais empregos, mais desenvolvimento econômico e mais impostos recolhidos. Certamente a gente quer esse tipo de situação dentro da nossa relação exportações e importações”
 

Áudio (43s)

LOC. Desde o início do ano, o Brasil tem demonstrado um cenário otimista para diferentes produtos. Dados do Mapa revelam que o histórico das novas aberturas de mercado inclui não somente a exportação de produtos já consolidados – como carnes e soja – mas também uma variedade de outros itens como pescados, sementes, gelatina e colágeno, ovos, produtos derivados de reciclagem animal, açaí em pó, café verde, além de embriões e sêmen. Para os produtores, esse resultado é uma oportunidade para pequenos produtores apresentarem seus produtos no mercado externo. O diretor mercadológico da Petruz Fruity também celebra essa chance.

TEC./SONORA: Rafael Ferreira, produtor

“Entrar na cultura de consumo de açaí, para a gente é uma razão de muita felicidade. Não é ainda um mercado que está superaquecido, mas a gente sabe que estamos nos primeiros passos disso acontecer”
 

Áudio (14s)

LOC.: O levantamento do Ministério revela que a cada quatro dias, um novo mercado foi aberto para o agro neste ano. Março foi o mês que liderou o período com dez novas aberturas em sete países, seguido por janeiro, que registrou nove mercados em cinco países. Fevereiro e abril completam a lista, com aberturas em sete e cinco mercados, distribuídos por seis e três países, respectivamente. 

Reportagem, Lívia Azevedo

LOC.: Com as importações de produtos químicos em alta, o cenário é cada vez mais desafiador para a indústria nacional. No primeiro trimestre deste ano, foram importadas 12 milhões de toneladas, que totalizaram 13,3 bilhões de dólares. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Química, a Abiquim.

Já as exportações foram de 3,4 bilhões de dólares, equivalentes às vendas para o exterior de 3,4 milhões de toneladas. Isso mostra uma queda de 8,3% no valor monetário e de 5,2% na quantidade vendida para o exterior, quando comparadas com o ano passado.

O resultado no primeiro trimestre de 2024 foi de um déficit de US$ 9,9 bilhões, acumulando o valor de US$ 44,7 bilhões nos últimos 12 meses. 

De acordo com a associação, a entrada desenfreada de importados a preços predatórios e o baixo percentual do uso da capacidade instalada estão desequilibrando o mercado interno e já ameaçam fabricações nacionais de produtos estratégicos.

O presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, ressalta que garantir medidas fiscais protetivas é vital para manter a operação das cadeias, como nos Estados Unidos — onde o custo de produção é menor e os impostos para importação são altos. 

Ainda segundo a Abiquim, houve aumento expressivo nos volumes de importações de resinas termoplásticas, de 36,9%, e de produtos petroquímicos básicos, de 8,1%.
 

LOC.: O Índice de Confiança do Comércio registrou um avanço de 5,1 pontos em abril, atingindo 95,5 pontos. Esse é o maior nível desde setembro de 2022, quando estava em 96,6 pontos. Ao considerar as médias móveis trimestrais, o índice aumentou pelo quinto mês seguido, em 1,7 ponto para 91,8 pontos. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas.

Para o economista Cesar Bergo, a confiança aumentou sobretudo em função dos indicadores econômicos. 
 

TEC./SONORA: Cesar Bergo, economista

“Temos visto queda da inflação, aumento da renda, manutenção do emprego e queda da taxa de juros. Tudo isso faz com que o consumo aumente, e isso estamos vendo na prática. Também a distribuição do 13º em duas etapas, agora em maio e junho, irriga a economia, melhora as condições de consumo e melhora essa confiança do empresário.”

Áudio (23s)

LOC.: O Índice de Expectativas registrou sua segunda variação positiva consecutiva, avançando 4,6 pontos e registrando 92,9 pontos em abril. Esse é o maior nível desde outubro de 2022, quando registrou 93,0 pontos. Ambos os componentes do Índice de Expectativas apresentaram variações positivas no mês.

Para o economista Luigi Mauri, a tendência é incerta para os próximos meses, mas mantém um tom otimista diante do aumento do rendimento das famílias e da confiança do consumidor.

TEC./SONORA: Luigi Mauri, economista

“Essa expectativa futura também está fortemente atrelada aos juros no Brasil, que por sua vez, dependem do ponto de vista do Banco Central, do desempenho do dólar e da inflação. Essa confiança muito atrelada aos juros futuros pode estar um pouco incerta.”

Áudio (25s)

LOC.: O economista destaca que o valor do dólar subiu, e que apesar da inflação ter apresentado um “bom” resultado na prévia com o IPCA Quinze, em abril, ela está alta. 

Mauri ainda aponta que os juros são um fator importante para o desempenho do setor de comércio. Por isso, é necessário estar atento a essa métrica para os próximos meses.

Reportagem, Nathália Guimarães
 

LOC.: Mais recursos para as cidades brasileiras. Foi estabelecido, pelo governo federal, um piso mínimo de 12 mil reais para a gestão do Programa de Fortalecimento do Cadastro Único da Assistência Social, Procad-Suas, aos municípios em 2024. Os valores e critérios para a transferência dos recursos foram ajustados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, por meio da Resolução número 13, de 2024.

O especialista em orçamento Cesar Lima explica que o Procad-Suas é o sistema que mantém, atualiza e fiscaliza o Cadastro Único, do governo federal. 

TEC./SONORA: Cesar Lima, especialista em orçamento

“O sistema dá acesso aos benefícios que o governo paga tanto na área de assistente social e agora na entre eles o bolsa família, que é o maior benefício pago hoje pelo governo no âmbito das assistência social. E agora ficou definido que cada município vai receber um mínimo de 12 mil reais para manutenção desse sistema.”

Áudio (27s)

LOC.: Para Lima, o sistema evita fraudes nos benefícios do governo federal.

O especialista informa que, além desse valor, os municípios elegíveis podem receber um adicional para a realização de visitas nas residências das pessoas, a fim de verificar as informações prestadas.

Os valores do adicional variam de 86 reais até 195 reais, de acordo com o local.

Reportagem, Nathália Guimarães