Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Vacinação contra coronavírus caminha a passos lentos no Brasil

Especialistas destacam importância e segurança das vacinas já aprovadas

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Prestes a completar um mês desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19 no País, muitas dúvidas ainda cercam o tema.  A ansiedade em receber o imunizante se soma à desinformação sobre o assunto, o que gera medo em parte da população. O que se sabe é que a vacinação é crucial para frear a pandemia.

Antes de chegar à população, esses produtos passam pesquisas e estudos não clínicos, incluindo testes em animais. Então, o imunizante passa por três fases de estudos, o que inclui testes em humanos. Após isso, os dados são enviados para a Anvisa, órgão que decide pelo registro da vacina.

Porém, há a possibilidade de se pedir o uso de autorização emergencial dos imunizantes, situação que ocorreu com as duas vacinas disponíveis atualmente no Brasil – CoronaVac e vacina de Oxford.  A autorização emergencial tem um prazo de 10 dias para ser julgada pela Anvisa. O registro definitivo é um processo mais demorado. 

Hemerson Luz, médico infectologista, garante que a população pode ficar tranquila quanto à eficácia das vacinas que são aprovadas pela Anvisa. “Todas as vacinas só chegam à população após diversos testes que comprovam a segurança e eficácia. A segurança é de que a vacina não pode causar mal às pessoas imunizadas. E a eficácia está relacionada à capacidade de impedir que um grande número de pessoas fique doente após a vacinação”, explica.

Não há contraindicação de imunização contra a Covid-19 em pessoas que já foram infectadas pelo vírus. A CoronaVac e a vacina de Oxford são aplicadas em duas doses, para que se alcance a eficácia esperada nos testes desses imunizantes. A CoronaVac possui eficácia geral de 50,38% e a vacina de Oxford, 82%. 

No Brasil, até a última quinta-feira (11), cerca de 4,5 milhões de pessoas tinham se vacinado contra o coronavírus, o que representa apenas 2,16% da população. 

José Cássio de Moraes, médico epidemiologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, destaca a importância da vacinação contra o coronavírus, mas ressalta que o baixo índice verificado no País dificilmente terá impactos na pandemia. 

“A nossa cobertura vacinal não chega nem a 3% da população. Com isso, não se espera nenhum impacto no número de casos e óbitos do coronavírus.  Precisamos atingir um nível de cobertura bem mais elevado, entre 60% e 70%, para se ter uma queda na incidência e mortalidade.”

Pandemia estimulou setores econômicos relacionados ao “novo normal”

Ministério

Na última quinta-feira (11), o ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, disse que em breve o Brasil estará entre as nações com mais imunizados no mundo. A declaração foi dada em sessão do Senado, em que o titular da pasta deu explicações sobre a atuação do governo federal na pandemia. Segundo ele, toda a população brasileira estará vacinada contra o coronavírus até o fim do ano. 

Neste momento, estão sendo vacinados trabalhadores de saúde, idosos, indígenas aldeados e pessoas com deficiência que vivem em instituições de longa permanência, conforme o Plano operacional da vacinação contra a Covid-19 definido pelo governo federal. 
 

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