Slider

Saúde
03/06/2020 04:00h

Levantamento da Embrapa mostra que saneamento básico ainda é realidade distante para a maior parte dos 30 milhões de moradores do campo; 3,5 milhões ainda não têm banheiro nas residências

Baixar áudio

O sítio São João, conhecido como Escola da Floresta, é hoje uma referência nacional de sustentabilidade ambiental. O sítio fica na cidade de São Carlos, no interior de São Paulo, e é visitado por pessoas do Brasil inteiro, que vão até lá para conhecer um pouquinho mais sobre conservação e preservação da biodiversidade. Mas nem sempre foi assim.  

O produtor rural Flávio Marchesin, de 54 anos, conta que herdou do pai a propriedade. Até o ano de 2001, para que os moradores fizessem as necessidades fisiológicas, o sítio contava apenas com fossa rudimentar, conhecida também como fossa negra. Essa fossa é basicamente um buraco por onde são direcionados os dejetos, que caem diretamente no solo ou no lençol freático, sem qualquer tipo de tratamento. 

“Perto do nosso sítio passa um rio e a gente capta água desse rio para irrigação da nossa horta e da psicultura. Então, não tinha sentido a gente poluir esse rio e usar a água dele para irrigar os produtos que tínhamos no sítio”, lembra Flávio. 

Foi a partir daí, há quase 20 anos, que o produtor e a família resolveram procurar auxílio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que ajudou na implantação da fossa séptica biodigestor. A fossa séptica, diferentemente da rudimentar, é um tanque vedado e os dejetos são direcionados e tratados sem contaminar o solo e o lençol freático, além de evitar a propagação de doenças. 

Porém, a realidade atual de Flávio e da família não é a mesma vivida por milhões de pessoas no meio rural. De acordo com dados da Embrapa, apenas 28,7% dos moradores dessas áreas contam com rede pública de esgoto e/ou com fossa séptica. 

“Ainda assim, a gente precisa olhar esses números com muita cautela, porque esses são números autodeclarados. O recenseador visita a residência, pergunta às pessoas que moram ali se elas têm a fossa séptica e muitas vezes elas respondem que sim, mesmo tendo a rudimentar”, alerta o pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva, que, há 17 anos, trabalha com o tema na Embrapa Instrumentação. 

Atualmente, cerca de 30 milhões de pessoas vivem no campo, mas apenas 20% delas usam soluções adequadas para o tratamento dos dejetos. O levantamento da Embrapa mostra também que cerca de 3,5 milhões de habitantes do meio rural ainda não possuem banheiro – isso equivale a 14% da população do campo. “Falta um pouco desse olhar para a população rural, especialmente das áreas isoladas. Geralmente, essas pessoas são negligenciadas”, lamenta Wilson. 

O que muita gente não sabe, segundo o pesquisador, é que o saneamento básico que chega às áreas urbanas passa primeiro pelas áreas rurais. “A água que a gente utiliza na cidade vem das nascentes que, geralmente, estão presentes na área rural. Então, preservar mananciais, nascentes e pensar na qualidade do saneamento rural é também pensar na qualidade do saneamento urbano.”

Novo coronavírus
O saneamento básico se tornou uma preocupação maior ainda com o momento atual. O Brasil ocupa, hoje, o segundo lugar com o maior número de casos de covid-19 em todo o planeta, perdendo apenas para os Estados Unidos. A nação verde e amarela já registra mais de meio milhão de casos confirmados da doença e quase 30 mil mortes confirmadas. 

“Estamos vivendo um momento totalmente diferente no Brasil e no mundo. E o que isso tem a ver com a falta de saneamento básico? O Brasil talvez tenha a infraestrutura mais atrasada. Podemos dizer que a grande solução do esgoto, hoje, é jogá-lo na natureza que ela cuida”, ironiza o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos. 

Em um país com 209 milhões de habitantes, metade ainda não possui serviços de tratamento de esgoto. Segundo informações do Trata Brasil, somente 46% do volume de esgoto gerado é tratado. Além desse problema, 35 milhões de brasileiros ainda têm que lidar com a falta de acesso ao abastecimento de água. E a realidade é ainda mais assustadora para quem vive nas áreas periféricas e rurais.

“Como é que essas pessoas podem se higienizar, num momento de pandemia, se elas não têm água?”, questiona Carlos. “Muitas dessas pessoas usam água de poço, de cacimba, de cachoeira, de rio. Além de não se higienizar contra o coronavírus, elas podem adquirir outras doenças que são tradicionalmente transmitidas pelo esgoto doméstico”, lamenta. 

Classificada por ele como a maior pandemia dos últimos séculos, o novo coronavírus escancara uma realidade difícil para quem, muitas vezes, é invisibilizado pelo poder público. “Infelizmente, a falta de saneamento tem a ver com esse momento. Quando você fala para a população que a principal ação de proteção é o isolamento e a higiene, especialmente a das mãos, como fazer com quem não tem água? E milhões de brasileiros não têm acesso a ela”, lembra Édison Carlos. 

Marco legal
No Congresso Nacional, antes do início da pandemia, os parlamentares discutiam o futuro do saneamento por meio do Projeto de Lei 4.162/2019, que institui um novo marco legal. A previsão é que ele volte a ser centro de discussões e que tome forma ainda em junho. 

Entre outras regras, o texto determina que a regulamentação do setor, hoje uma atribuição dos municípios, se torne responsabilidade do governo federal, por meio da Agência Nacional de Águas (ANA). Ela ficaria responsável por regular as tarifas cobradas e estabelecer mecanismos de subsídio para populações de baixa renda. 

Para a pesquisadora do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da Fundação Getulio Vargas (FGV/CERI) Juliana Smiderle, o PL visa desenvolver o ambiente regulatório do país para reduzir a percepção de risco e atrair investimento para o setor. 

“Isso por conta do déficit que a gente vive”, esclarece. “Os recursos públicos para investimento em saneamento são cada vez mais escassos. Com isso, há a necessidade de atrair investimentos privados para o setor”, defende. Juliana acredita que isso fará com que cresça a competitividade no setor. “Com a competição, ficará mais fácil chegar ao objetivo, que é a universalização do serviço.” 

Ela destaca que a aprovação do PL é apenas o primeiro passo para essa competitividade. “Se o projeto for aprovado, vai permitir que isso aconteça. Porém, não é garantia que haverá de fato expansão e o aumento na qualidade na prestação dos serviços. Para que isso aconteça, é imprescindível uma regulação adequada e forte, contratos bem construídos e com metas bem definidas, fiscalização. Infelizmente, não é o que observamos hoje em dia”, opina.

O texto prevê, ainda, que os estados podem definir “microrregiões”, com a criação de “blocos de municípios”, para atrair o interesse da iniciativa privada. Vale ressaltar, entretanto, que nenhuma empresa pode deixar de atender, à revelia, determinado município, sob o risco de ter o contrato de concessão cancelado. Entre os critérios que poderão ser utilizados, estão o pertencimento à mesma bacia hidrográfica, vizinhança geográfica ou mesmo uma combinação entre localidades superavitárias e deficitárias. 

Copiar textoCopiar o texto
Economia
03/06/2020 04:00h

Além da destinação de R$ 60 bilhões, poder Executivo suspende pagamentos de dívidas contratadas entre União e entes Federativos

Baixar áudio

A pandemia do coronavírus no Brasil tem trazido dificuldades econômicas a estados e municípios. A dificuldade de arrecadação das economias locais aliada à necessidade de investimento em saúde levou o poder Executivo a estabelecer o “Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus” para estados, municípios e o Distrito Federal, instituído pela Lei Complementar nº 173/20.

Um dos principais pontos do programa é a entrega de R$ 60 bilhões para governos locais aplicarem em ações de enfrentamento à pandemia. O reforço financeiro será dividido em quatro parcelas iguais ao longo de 2020. 

Em saúde e assistência social, estados e municípios deverão aplicar R$ 10 bilhões. Governadores ficam com R$ 7 bilhões deste total, que devem ser usados para remuneração de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema Único de Assistência Social (Suas). Segundo o governo federal, a distribuição do dinheiro vai ocorrer conforme o tamanho da população e a taxa de incidência da covid-19 em cada localidade.

Os R$ 3 bilhões de diferença serão destinados aos prefeitos. Dos R$ 50 bilhões restantes, de livre aplicação, R$ 30 bilhões são para estados e o Distrito Federal e R$ 20 bilhões a serem divididos entre os municípios, conforme tamanho da população.

“A intenção é boa.  R$ 60 bilhões, um pouco menos de 1% do PIB, é bastante dinheiro. A questão é como vai ser usado para injetar dinheiro nos estados. A melhor forma de distribuição desse valor é ir na ponta final. O importante, mais do que qualquer coisa, é ajudar pessoas de baixa renda”, avalia o doutor em Economia da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Luís Troster.

Dívidas 

A Lei Complementar sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro traz também outro ponto importante para as economias dos entes Federativos. A União não poderá executar as dívidas de estados, municípios e Distrito Federal até o final de 2020.

A regra é válida para refinanciamento de dívidas e parcelamento dos débitos previdenciários. Segundo o governo federal, o valor do benefício gira em torno de R$ 65 bilhões. Pelo texto sancionado, as dívidas não pagas serão recalculadas e incorporadas ao saldo devedor de 2022, e o montante não destinado a União nesse momento de pandemia deve ser preferencialmente utilizado no combate ao coronavírus. 

Além disso, estados, municípios e o Distrito Federal não precisam seguir algumas exigências previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal, como o limite para a dívida consolidada e atingimento de metas fiscais. 

“É um programa de apoio aos estados. Os estados não precisam entrar na Justiça para parar de pagar a dívida que têm com a União. Inclusive, não vão poder ser cadastrados em cadastros negativos por conta disso. Essa lei é bastante abrangente. Do ponto de vista da importância, trouxe aumento de liquidez para os estados no valor de R$ 60 bilhões”, opina o professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), William Baghdassarian. 


Despesas com pessoal

O texto também proíbe o aumento com despesas de pessoal. Membros de Poder ou de órgão e servidores e empregados públicos e militares ficam impedidos de receber vantagem, reajuste ou adequação de remuneração. A medida se estende para Ministério Público e Defensoria Pública. 

“Durante o período que durar essa medida de proibição de aumento de despesa com pessoa, ajuda. Isso é bom. O país inteiro perdendo emprego, perdendo renda, aumentar vencimentos de funcionários públicos é um absurdo”, ressalta o economista da USP, Roberto Luís Troster. 

A realização de concursos públicos também está suspensa. As provas homologadas até dia 20 de março ficam com prazo de validade suspenso até acabar o estado de calamidade pública. As unidades da Federação também ficam impedidas de criar cargo, emprego ou função, ou ainda alterar a estrutura de carreira, se isso necessitar de aumento de gasto.
 

Copiar textoCopiar o texto
Brasil
02/06/2020 03:00h

Entre as principais ações está o aporte de R$ 15 milhões em 25 projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação

Baixar áudio

A pandemia do novo coronavírus atingiu as estruturas de saúde do Brasil e deixou a população vulnerável ao contágio da covid-19. Em meio a essa situação delicada, empresas, instituições e sociedade civil se mobilizaram para ajudar a minimizar os efeitos da atual crise.

Essa causa também foi abraçada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que uniu esforços e protagoniza iniciativas solidárias para ajudar a população a superar este momento delicado.

“Estamos nacionalizando testes e aumentando a oferta de respiradores mecânicos. Também estamos financiando um projeto de manutenção de respiradores, além de fazermos uma série de projetos para desenvolvimento de equipamentos de proteção individual. Então, são 34 projetos que estão distribuídos nessas quatro frentes de combate à covid-19”, pontua o gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI Nacional, Marcelo Prim.

Até o momento, a instituição investiu R$ 67,4 milhões em ações destinadas ao enfrentamento ao novo coronavírus. As iniciativas vão da recuperação de centenas de respiradores mecânicos à produção e doação de insumos essenciais aos profissionais de saúde, como máscaras faciais, álcool 70%, jalecos e luvas.

Entre as principais ações está o aporte, via Edital de Inovação para a Indústria, de R$ 15 milhões em 25 projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). A ideia é que, em curto prazo, sejam colocados no mercado produtos e soluções que ajudem e prevenir e diagnosticar a covid-19. Um exemplo é a criação de testes rápidos de detecção da doença.

“O próprio SENAI está ampliando sua capacidade laboratorial para ofertar exames de diagnósticos PCR, que são mais precisos, principalmente nos primeiros dias de contágio da covid-19. Estamos aumentando a capacidade da Rede SENAI de Inovação de 1.200 para até 12 mil testes por dia. O nosso plano é que, a partir de agosto, esses 12 mil testes já estejam operacionais”, projeta Prim.

Outra ação em andamento em todo o país é a de manutenção de respiradores mecânicos, em parceria com 20 empresas, institutos de pesquisa e órgãos do governo federal. Até o momento, 2.647 equipamentos já foram recebidos pela rede, que deve consertar esses aparelhos e devolvê-los, sem custo, às unidades de saúde as quais pertencem. Desse total, 666 já foram entregues, 1.173 estão em manutenção e 263 estão em fase de calibração.

Além de fazer o reparo, o SENAI também apoia a produção dos aparelhos respiradores com, pelo menos, cinco mil novos equipamentos fabricados no Brasil.

Empresas que aumentaram a produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas e máscaras, também recebem o apoio do SENAI. Neste caso, a instituição atua tanto na fabricação desses itens, quanto no oferecimento de consultoria e suporte às companhias na especificação e fabricação dos produtos. O SENAI ajudou, ainda, na produção, doação e distribuição desses materiais em 23 estados, com apoio de 270 empresas parceiras.

“Estamos desenvolvendo experimentos, como o ‘túnel de desinfecção’, que está sendo implementado de maneira experimental em hospitais, para apoiar, principalmente, médicos e enfermeiros. A ideia é que, com isso, consigamos diminuir a taxa de contaminação desses profissionais”, ressalta Marcelo Prim.

Na área educacional, com o intuito de auxiliar profissionais da indústria que queiram se requalificar, o SENAI ofereceu acesso gratuito a cursos em diversas áreas, alguns deles voltados à Indústria 4.0 e à digitalização de processos produtivos. Nesta ação, a instituição investiu R$ 13,6 milhões. Ao todo, foram realizadas 534.182 matrículas. Para mais informações, acesse portaldaindustria.com.br/senai. 
 

Copiar textoCopiar o texto
Saúde
01/06/2020 20:37h

Dados são do balanço mais recente do Ministério da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (1)

Baixar áudio

Os números relacionados à pandemia do novo coronavírus no Brasil foram atualizados nesta segunda-feira (1), pelo Ministério da Saúde. Ao todo 526.447 pessoas foram infectadas pela doença, enquanto ainda existem 285.430 casos em investigação sob suspeita de se tratar da Covid-19. Já a quantidade de pessoas que conseguiram se recuperar da doença é de 211.080 – correspondendo a 40% do total de casos. 

Outro número que continua crescendo desde que a pandemia se instalou no país é a quantidade de mortes. Até o momento, o Brasil registra 29.937 óbitos, enquanto as equipes de saúde analisam outros 4.412 casos que permanecem em investigação para se ter certeza de que a causa da morte é em decorrência do coronavírus. 

Esses dados são resultado de uma compilação feita pelo Ministério da Saúde, com base nos registros enviados por estados e municípios. 

Os estados mais atingidos pela doença permanecem sendo São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas. Enquanto Goiás, Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul seguem como as Unidades da Federação menos afetadas. 

Copiar textoCopiar o texto
Comportamento
01/06/2020 09:31h

Cerca de 70% dos internautas assistiram conteúdos de “streaming” em 2019

Baixar áudio

Uma pesquisa sobre acesso a tecnologias da informação e comunicação mostrou que o consumo de vídeo e áudio online (o conhecido streaming) aumentou no Brasil. Segundo o levantamento TIC Domicílios 2019, 74% dos usuários de internet assistiram a programas, vídeos ou séries e 72% ouviram música online no ano passado. 

O estudo do Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic.br) mostra que o consumo de vídeo online muda bastante de acordo com as condições econômicas e a escolaridade. Entre os entrevistados da classe A, 87% tem esse hábito. Nas classes D e E, o percentual cai para 65%. Entre aqueles com ensino superior completo, 83% consomem vídeo online. Já entre os analfabetos ou que fizeram até educação infantil, 45% têm esse hábito. 

Em relação ao consumo de música, 79% dos usuários da classe A tem esse hábito. Nas classes D e E, o percentual é de 68%. Um outro recorte mostra que o consumo de áudio online  é maior entre as pessoas que moram na cidades, entre os homens e permanece em patamares semelhantes na comparação entre cor e raça. 

A mesma pesquisa também mostrou que 58% dos brasileiros acessaram a internet exclusivamente pelo celular, em 2019. 
 

Copiar textoCopiar o texto
Economia
01/06/2020 08:37h

Área de pesquisa e inovação recebeu menos de 0,1% dos gastos relacionados à pandemia

Baixar áudio

O governo federal já gastou R$ 113,80 bilhões no combate ao coronavírus, de um total de R$ 319,45 bilhões de gastos autorizados. A maior parte do que já foi pago foi destinado para o Auxílio Emergencial, programa voltado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados. O auxílio representou 76,54% dos gastos do governo relacionados à pandemia - R$ 76,86 bilhões já foram pagos. Em segundo lugar vem os programas de financiamento da folha de pagamentos, como é o caso do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Essa categoria representa 14,94% dos gastos relacionados à pandemia - já foram 17 bilhões liberados. O enfrentamento da emergência na saúde pública aparece em terceiro lugar, com 8,99% dos gastos - cerca de 10,23 bilhões foram gastos na saúde por conta da pandemia.

Os dados constam em uma plataforma online de acompanhamento dos gastos federais no combate à pandemia. A ferramenta foi lançada pela Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado Federal. No site é possível consultar para onde está indo o dinheiro dividindo por política, por órgão e por estado.

Os gráficos mostram que a maior parte do dinheiro foi liberado com o uso de Medidas Provisórias. Apenas 0,01% dos gastos vieram do orçamento regular para o ano.

Também chama a atenção as categorias que receberam uma parcela pequena dos recursos. De acordo com a plataforma, somente R$ 61,88 mil foram gastos no “fomento às de pesquisa, extensão e inovação” - menos de 0,1% do que foi gasto para combater a pandemia.

Copiar textoCopiar o texto
Saúde
31/05/2020 20:53h

Ministério da Saúde registrou 480 óbitos em 24 horas. Dados são do boletim do Ministério da Saúde divulgado no domingo (31).

Baixar áudio

O Brasil já registrou 514.849 casos de Covid-19 e 29.314 mortes pela doença. Os dados foram atualizados neste domingo (31/05) pelo Ministério da Saúde. No período de 24 horas entre o relatório de sábado e domingo, foram 16.409 novos casos e 480 novos óbitos.

Um total de 206.555 pessoas já se recuperaram da doença. Outros 278.980 casos seguem em acompanhamento. Isso significa que 5,7% dos casos acabaram em morte.

O estado com o maior número de casos é São Paulo, onde 109.615 pessoas já foram infectadas e 7.615 morreram. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, onde 25.388 casos já foram confirmados e 5.344 pessoas morreram. Em seguida vem o Ceará, Amazonas e o Pará.

Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde são provenientes das secretarias de saúde das próprias Unidades da Federação.

Copiar textoCopiar o texto
Ciência & Tecnologia
31/05/2020 04:00h

Objetivo dos pesquisadores é ajudar pacientes internados com coronavírus; ventilador é de baixo-custo

Baixar áudio

Um motor de limpador de para-brisas foi suficiente para que um grupo de pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) conseguisse criar um respirador artificial. Em menos de um mês, a equipe formada por professores e alunos do Câmpus de Ponta Grossa desenvolveu o protótipo do aparelho, para colaborar com a recuperação de pacientes internados com a Covid-19.

De acordo com o grupo Collab Air – responsável pelo projeto –, o ventilador mecânico foi criado após uma montadora de caminhões doar o motor de para-brisas. Batizado de “Air One”, o respirador custou apenas R$ 5 mil para ser produzido. O projeto chamou a atenção de algumas empresas, que doaram dinheiro para colaborar com a continuidade. O Ministério Público Federal e a Justiça Federal em Ponta Grossa também apoiam iniciativa. Os recursos captados já beiram os R$ 40 mil.

A ajuda externa vai possibilitar que as próximas versões do protótipo fiquem ainda mais baratas e possibilitem que os ventiladores sejam doados aos hospitais para o combate à Covid-19, afirma Joaquim Mira, um dos orientadores da pesquisa. “O nosso projeto é sem fins lucrativos. Os equipamentos não serão comercializados. Eles vão ser doados. Na segunda versão, como temos as parcerias, estamos estimando algo em torno de R$ 3,5 a R$ 4 mil, podendo reduzir ainda mais”, explica.

Segundo autoridades em saúde, o respirador mecânico é fundamental para o tratamento dos pacientes graves da Covid, que costumam apresentar quadros de insuficiência respiratória. O equipamento auxilia os pulmões na troca gasosa. Joaquim Mira afirma que ajudar os pacientes que estão neste estado motivou a produção da pesquisa.

“A motivação maior foi essa situação da pandemia e a possibilidade de desenvolver um equipamento que pudesse ajudar nessa crise. Ele pode ser utilizado para pacientes que apresentam algum tipo de insuficiência respiratória, mas o foco principal do desenvolvimento foi que ele tivesse todos os recursos para atender pacientes acometidos com o Covid-19.”

Funcionamento
Para que a iniciativa chegasse a um resultado positivo em tão pouco tempo, o grupo coordenado por Joaquim Mira e Frederic Conrad contou com a participação de profissionais de diversas áreas do conhecimento. Além dos alunos das Engenharias Elétrica e Mecânica e da Ciência da Computação, Paula Motta, especialista em terapia intensiva e fisioterapia respiratória também colaborou.

Segundo Mira, os testes clínicos com o ventilador devem começar na próxima semana. A próxima etapa é aguardar a aprovação dos órgãos competentes, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O passo final, ele diz, é “montar 10 protótipos para fazer novos testes e disponibilizar para os hospitais”.

O orientador da pesquisa explica que o respirador artificial tem as mesmas funções e consegue desempenhar o mesmo papel que um ventilador convencional, o que torna ainda melhor o custo-benefício.

“O equipamento que nós estamos desenvolvendo tem as mesmas funcionalidades básicas de um ventilador convencional. Ou seja, temos controle da ventilação por pressão ou por volume, controle da PIP, que tem que ser mantido no pulmão do paciente e outras funcionalidades disponíveis nos ventiladores tradicionais”, detalha. 

Item fundamental
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o Brasil enfrenta dificuldades para adquirir respiradores mecânicos e outros insumos no mercado internacional. Isso ocorre porque há muita concorrência entre os países afetados pela doença, quase que ao mesmo tempo.

A solução foi recorrer à produção nacional, ainda muito dependente de peças importadas. O Ministério da Saúde afirma que fechou a compra de 15,3 mil respiradores junto a quatro empresas brasileiras. O valor total das aquisições ultrapassa os R$ 700 milhões. Até a última terça-feira (26),  o órgão distribuiu 1,4 mil ventiladores mecânicos para os estados. 

Copiar textoCopiar o texto
Saúde
31/05/2020 04:00h

Atualmente, apenas 45% desses bebês prematuros e/ou com baixo peso internados nas Unidades Neonatais recebem leite materno doado ao Banco de Leite Humano

Baixar áudio

O Ministério da Saúde recomenda que a amamentação até os dois anos e que nos primeiros 6 meses o bebê receba apenas leite materno. Mas todos os anos, cerca de 330 mil crianças nascem prematuras no Brasil e, precisam da doação de leite materno para ajuda-las a sobreviver, pois em diversas situações suas mães não podem amamentá-los. Atualmente, apenas 45% desses bebês prematuros e/ou com baixo peso internados nas Unidades Neonatais recebem leite materno doado ao Banco de Leite Humano. Os estoques estão baixos e é preciso que a mulher que está amamentando e pode doar o seu leite,  ajude a aumentar o volume de leite humano distribuídos a esses bebês. Para isso, a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Janini Selva Ginani, recomenda entrar em contato com um Banco de Leite Humano para fazer a doação. 

“As mulheres que possuem interesse em doar leite materno podem entrar em contato com um Banco de Leite Humano ou Posto de Coleta de Leite Humano mais próximo de sua residência para verificar os procedimentos de como doar. Em alguns estados existem, inclusive, serviços que realizam a coleta na própria casa da doadora. As mães podem se informar sobre a localização dos Bancos de Leite Humano e Postos de Coleta de Leite Humano no endereço eletrônico: saude.gov.br/doacaodeleite”

Qualquer quantidade de leite materno pode ajudar. Para se ter uma ideia, 1 ml de leite materno já é uma quantidade suficiente para manter nutrido um recém-nascido a cada refeição, dependendo do seu peso. O pote não precisa estar cheio para ser levado ao Banco de Leite Humano. Você mãe, que pode doar o seu leite, entre em contato com o Banco de Leite Humano mais próximo de sua casa.

“Doe leite materno. Nessa corrente pela vida, cada gota faz a diferença". Para mais informações, ligue 136 ou acesse o site saude.gov.br/doacaodeleite. 
 

Copiar textoCopiar o texto
Saúde
30/05/2020 04:00h

Doar leite materno é um gesto que pode ajudar a salvar a vida de muitos bebês prematuros e/ou de baixo peso que estão internados em UTIs Neonatais

Baixar áudio

Doar leite materno é um gesto que pode ajudar a salvar a vida de muitos bebês prematuros e/ou de baixo peso  que estão internados em UTIs Neonatais. Isso porque o leite materno é o único alimento recomendado para a criança nos primeiros seis meses de vida, uma vez que ele é completo, de fácil digestão, rico em anticorpos e ajuda na proteção de muitas doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de diabetes, hipertensão, colesterol alto e obesidade na vida adulta. Mas, em muitas situações, a mães desses bebês não podem amamentar o seu filho e precisam da doação de leite materno para os Bancos de Leite Humano. Essa atitude ajuda a salvar vidas. Por isso, a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Janini Selva Ginani, explica que toda mãe pode colaborar com a doação de leite materno. 

“Toda mulher saudável que está amamentando pode doar leite materno. Para isso, ela também não pode estar utilizando nenhum medicamento que seja incompatível com a amamentação, álcool, cigarros ou outras substâncias ilícitas. O ideal é que procure um Banco de Leite Humano mais próximo para mais informações. A lista com os contatos dos Bancos de Leite Humano do país está disponível na página: saude.gov.br/doacaodeleite.”

Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite materno, basta estar saudável e não estar tomando medicamento que interfira na amamentação. Então, se este for o seu caso, entre em contato com o Banco de Leite Humano mais próximo de sua casa. Entre as responsabilidade desses Bancos de Leite Humano, está o processamento e controle de qualidade do leite materno distribuído para as crianças prematuras e/ou de baixo peso internadas nas Unidades Neonatais.

“Doe leite materno. Nessa corrente pela vida, cada gota faz a diferença". Para mais informações, ligue 136 ou acesse o site saude.gov.br/doacaodeleite. 
 

Copiar textoCopiar o texto