A região de Apucarana, um dos mais importantes polos têxteis do país, tem passado por uma situação diferente durante a pandemia. Nos últimos meses, indústrias locais têm ajustado as linhas de produção e confeccionado máscaras de proteção, em vez de peças de vestuários e bonés. Em maio, o segmento trabalha para fabricar cinco milhões de máscaras que serão usadas por profissionais de saúde que atendem detentos em todo o país – a encomenda foi feita pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Para que isso fosse possível, as empresas, em parceria com a Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), se adaptaram para suprir a demanda por máscaras e outros equipamentos de proteção e, ao mesmo tempo, salvar empregos.
“Mais de 150 indústrias transformaram a sua produção fazendo esse novo produto, que é utilizado na linha de frente do combate ao covid-19. O resultado foi a saúde financeira da indústria. Sem isso, mais de 10 mil pessoas trabalhando em muitas dessas empresas estariam hoje desempregadas”, revela o gerente de Assuntos Estratégicos da FIEP, João Arthur Mohr.
Além de evitar demissões e suprir a demanda por insumos de saúde, a iniciativa foi um alívio para os empresários de Apucarana e região. Isso porque as vendas deram um novo fôlego a muitos negócios que estavam sem receita e de portas fechadas.
“Nós estamos produzindo um material de proteção que estava em falta no mercado. O setor de confecção de Apucarana está vendendo máscara para prefeituras, hospitais, farmácias, para o Depen e várias outras entidades”, elenca a presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (SIVALE), Elizabete Ardigo.
Como adequar a linha de produção não é uma tarefa fácil, a FIEP presta assistência e orienta as empresas sobre normas de fabricação exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Em outro esforço para reduzir os impactos da covid-19 no estado, a entidade que representa o setor industrial comprou todo o material necessário para a produção das máscaras, o que inclui 24 toneladas de tecido. Com essa quantidade, as indústrias paranaenses de confecção poderão entregar oito milhões de unidades. Por conta da crise financeira, a FIEP negocia o melhor preço com os fornecedores e, posteriormente, é paga pelos empresários.