MEIO AMBIENTE: Surto de febre amarela pode comprometer existência macacos ameaçados de extinção, temem especialistas

Estudos já comprovaram que não há possibilidade de os primatas transmitirem a febre amarela para os humanos

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LOC.: Os grandes centros urbanos não sofreram com o recente surto de febre amarela enfrentado pelo Brasil. Porém, regiões silvestres onde vivem alguns primatas, foram bastante afetadas pela circulação do vírus da doença.
Isso preocupou especialistas como o coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros, Leandro Jerusalinsky, que teme a aceleração da extinção de algumas espécies vulneráveis.

TEC./SONORA: Leandro Jerusalinsky, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros

“Em alguns casos a gente já tem a confirmação, a gente já sabe que o bugio-ruivo do Sul foi afetado, houve mortes por febre amarela. Essa é uma espécie que é ameaçada de extinção, está na categoria vulnerável. Essa espécie, a gente já sabe que no atual surto (2016-2017) também foi afetada e que houve morte.”

LOC.: De acordo com o Ministério da Saúde, até agora, cerca de 5 mil macacos foram mortos por suspeita de febre amarela. Entretanto, especialistas consideram esse número bem abaixo da realidade, já que muitos animais morreram em matas que não há circulação de pessoas. Logo, essas mortes não puderam ser contabilizadas.
Para Leandro, se os macacos sumirem das florestas, o meio ambiente sofre um impacto muito grande.

TEC./SONORA: Leandro Jerusalinsky, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros

“Os primatas neotropicais, que são aqueles que vivem nas Américas, inclusive no Brasil, todos se alimentam de frutas. E ao se alimentarem de frutas das árvores, eles são os principais dispersores, junto com algumas árvores, das sementes dessas árvores. Então eles são verdadeiros engenheiros do ambiente. Além disso, os macacos são presas muito importantes para felinos como, onça pintada, onça parda. Ao perdermos os primatas da floresta, a gente está perdendo também o alimento dessas espécies de carnívoros.”

LOC.: Estudos já comprovaram que não há possibilidade de os primatas transmitirem a febre amarela para os humanos. E se por acaso você encontrar algum macaco doente ou mesmo morto, não o remova do local. A recomendação é entrar em contato o mais rápido possível com as equipes de saúde para a avaliarem o local e descobrirem se há, ou não, circulação do vírus da doença na região.

Reportagem, Marquezan Araújo
 

 

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