MATO GROSSO: Baixo estoque de leite materno preocupa Bancos de Leite Humano do estado

As doações são essenciais para ajudar na sobrevivência dos pequenos, mas a queda na quantidade registrada nos últimos meses, principalmente motivada pelo temor da pandemia do novo coronavírus, tem preocupado os responsáveis pelos Bancos de Leite Humano do estado

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Mato Grosso tem três Bancos de Leite Humano e dois Postos de Coleta de Leite Humano, todos responsáveis pelo fornecimento de leite materno doado aos bebês prematuros e/ou de baixo peso internados nas Unidades Neonatais do estado. As doações são essenciais para ajudar na sobrevivência dos pequenos, mas a queda na quantidade registrada nos últimos meses, principalmente motivada pelo temor da pandemia do novo coronavírus, tem preocupado os responsáveis pelos Bancos de Leite Humano do estado.

Nestes primeiros cinco meses de 2020, os Bancos de Leite Humano do Mato Grosso conseguiram pouco mais de 700 litros doados por mães lactantes que abraçam a causa. Em 2019, no mesmo período, foram coletados mais de 850 litros. Para se ter uma ideia, um hospital que tenha 50 crianças internadas necessita de algo em torno de 4 a 8 litros de leite por dia e são muitas as unidades que estão trabalhando com déficit de leite materno. Em todo o Brasil, a média de queda no número de doadoras é de 5%. Alguns estados, como São Paulo, apresentaram uma queda ainda mais brusca, chegando a 60%.

O leite materno é essencial para todas as crianças até os dois anos ou mais, sendo o único alimento recomendado nos seis primeiros meses de vida, ele é ainda mais essencial para os bebês prematuros e/ou de baixo peso estão internados nas Unidades Neonatais e dependendo de doações. Além de ser um alimento completo nos primeiros seis meses de vida da criança, ele garante benefícios ao sistema imunológico e ajuda na recuperação. Janini Selva Ginani, coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, reforça a necessidade de lactantes saudáveis manterem a recomposição dos Bancos de Leite Humano. 

“O leite materno é uma das mais eficazes intervenções para redução da morbimortalidade infantil, principalmente para crianças prematuras internadas em unidades neonatais. O bebê que recebe leite materno desenvolve menos complicações durante o período de internação que podem levar a morte como problemas intestinais e respiratórios. Os benefícios de receber leite materno perduram por toda a vida da criança.”

As mães que já conheceram de perto o trabalho desempenhado pela Rede Brasileira de Banco de Leite Humano, tanto doadoras quanto receptoras, sabem da importância do gesto. Bianca Ferro teve filho a cerca de um ano e meio e apresentou problemas para amamentar a pequena Marcela. Ao procurar um Banco de Leite Humano, resolveu a situação e descobriu que o excesso de leite materno produzido poderia ajudar no trabalho que ajuda a salvar milhares de vidas todos os anos.

“Se toda mãe doar um pouquinho 30ml, 40ml ou 50ml já estará ajudando muitos bebês, porque têm crianças na UTI neonatal que mamam 10ml. Faça sua parte, doe leite, doe vida porque é muito bom.”

Tanto as mães doadoras quanto as mães receptoras não precisam se preocupar com a questão da Covid-19 para continuar doando seu leite, se estiver saudável. A maioria dos Bancos de Leite Humano está realizando a coleta das doações em domicílio, para evitar aglomerações. As mães podem fazer todo o processo em casa. Além disso, o processo de pasteurização, rotinas de segurança e controle de qualidade realizados após a coleta garantem um alimento saudável para os bebês prematuros e/ou de baixo peso internados nas Unidades Neonatais.

“Doe leite materno. Nessa corrente pela vida, cada gota faz a diferença”. Para mais informações, acesse o site saude.gov.br/doacaodeleite. 

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