ENTRETENIMENTO: Mitos e verdades sobre o Hand Spinner, brinquedo que virou febre entre as crianças

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LOC.: Muito se escuta sobre a nova febre do momento: um simples brinquedo chamado Fidget Spinner. Também conhecido como Hand Spinner, o brinquedo virou febre no mundo todo. A partir de um sistema interno com rolamento no centro, o Spinner não usa pilhas nem baterias e basta girá-lo nos dedos para funcionar. Mas, o que é verdade e o que é mito sobre esse brinquedo? Para tirar essas dúvidas, conversamos com a Dra Adriana Auzier Loureiro, que é pediatra e membro do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria. Dra. Adriana, quais são os benefícios e malefícios do Hand Spinner?

TEC/SONORA: Adriana Auzier Loureiro, Pediatra, Membro do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria.

“Os benefícios do Hand Spinner estão no fato de ser um brinquedo que pode ser usado de forma individual ou coletiva, promovendo a interação das crianças e reduzindo o tempo de tela. Ou seja, o tempo que as crianças ficam expostas a TV, laptop, tablet e celulares. Quanto aos malefícios, eles estão justamente no excesso de tempo gasto com o brinquedo. Pois todas as atividades que as crianças fazem devem ser supervisionadas por um adulto. Deve ser estipulado um tempo gasto para brincar, para estudar, praticar esporte, para evitar o exagero nessa atividade, ou seja, nessa brincadeira com este brinquedo da moda.”

LOC.: Dra. Adriana, muitas pessoas afirmam que essa febre relacionada ao brinquedo aconteceu por ele ser utilizado no tratamento do autismo e ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade e outros tipos de transtornos psicológicos, como o déficit de atenção. Existe algum estúdio científico que comprove isso?

TEC/SONORA: Adriana Auzier Loureiro, Pediatra, Membro do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria.

“Não há comprovação científica que o Hand Spinner aja de forma efetiva e objetiva como um objeto terapêutico. Para um tratamento do autismo e outros transtornos como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, eles são tratamentos mais complexos, exigem uma equipe multidisciplinar, pediatra, neuropediatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e não é um brinquedo que vai ajudar no tratamento, é uma série de profissionais, uma série de outras formas de se tratar, não é só o Hand Spinner que vai ajudar”.

LOC.: Podemos observar que as crianças têm levado o brinquedo para dentro de sala de aula, trazendo problemas para os professores e levando escolas a proibirem o uso durante o período escolar. Países como o Reino Unido, por exemplo, proibiram a comercialização do produto no seu território. Aqui no Brasil, o Inmetro certificou que o brinquedo não é indicado para menores de seis anos, pois alguns pais relataram que crianças estavam engolindo partes do objeto. Dra. Adriana, você acha esse brinquedo vai continuar sendo febre por muito tempo?

TEC.: “Tem se observado que tem gente que tem feito a troca. Dos jogos virtuais, da televisão, dos programas de televisão, dos vídeos, pelo Hand Spinner. Mas, o Hand Spinner é um brinquedo da moda, uma febre, as crianças estão buscando sempre novidades de forma rápida e assim como veio essa novidade, rapidamente eles perdem o interesse com esse brinquedo. Então a gente não sabe até que ponto eles realmente vão fazer essa troca até quanto tempo, porque sempre surge uma nova atividade um novo brinquedo e aí existe essa troca.”

LOC.: Muito obrigado, Dr. Adriana! E para os pais que ainda não sabem se é, ou não, uma boa ideia dar o Spinner para seus filhos brincarem, lembrem que a Dra. Adriana disse que não há nenhuma contra indicação ao brinquedo. Mas é claro que, por ser um produto regulamentado, é preciso estar atento ao selo do Inmetro e verificar se o produto está dentro dos padrões de segurança.

Reportagem, San Thor Oliveira

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