LOC.:As audiências públicas sobre o texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) começam a partir de julho, com o primeiro evento marcado em Manaus, no dia sete. O Ministério da Educação também vai realizar audiências em Recife, Florianópolis, São Paulo e Brasília.
A Base Nacional Comum Curricular é o documento que contém os objetivos de aprendizagem, definindo os conteúdos mínimos que devem ser ensinados para todos os estudantes brasileiros, em cada ano escolar. O novo currículo faz parte da reforma do Ensino Médio, sancionada, em fevereiro, pelo presidente Michel Temer. A reforma já tem força de Lei, mas depende da definição da Base para ser implementada efetivamente. Para o presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, a Confenen, Roberto Dornas, a Base precisará corrigir a quantidade excessiva de conteúdos que faz com que o aluno não consiga se aprofundar em nenhum tema.
TEC./SONORA: Roberto Dornas, presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino
“De modo geral, principalmente em escola pública, o professor é contratado por um tempo maior do que as aulas que efetivamente ele dá. O que precisa é racionalizar a composição curricular, tirando aquilo que seja perfumaria. Porque aí automaticamente ele vai ter mais tempo para tratar dos conteúdos básicos.”
LOC.: O diagnóstico feito por Roberto Dornas é complementado pelo diretorexecutivo da entidade, João Luiz Cesarino.
TEC./SONORA: João Luiz Cesarino, diretor executivo da Confenen
“As informações que nós temos, inclusive do ministro Mendonça Filho, é que serão diminuídas as disciplinas. Antes da reformulação do Ensino Médio nos tínhamos 13 disciplinas. Então, o aluno tinha contato com muitas matérias e não conseguia se aprofundar em nenhuma, essa que é a verdade. Então ele sabia um pouco de cada coisa. E a promessa que existe é que haverá uma diminuição significativa dando ênfase em português, matemática, ciências naturais e sociais.”
LOC.: O processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular começou em 2015 e passou por três fases: a primeira versão foi elaborada por 116 especialistas de 35 universidades e lançada em setembro de 2015. A segunda versão foi feita com a colaboração de mais de 12 milhões de sugestões em uma consulta pública online, divulgada em maio de 2016. Já a terceira versão foi publicada, em março, deste ano. Depois de passar pelas audiências públicas, o Conselho Nacional de Educação precisa emitir um parecer sobre a Base para que o Ministério da Educação faça a homologação.
Reportagem, Juliana Gonçalves