Foto: SENAI Ceará
Foto: SENAI Ceará

Covid-19: SENAI-CE adapta salas de aula para consertar respiradores mecânicos danificados

Instituição lidera força-tarefa, em parceria com dez multinacionais, para recuperar 3,6 mil equipamentos no país e aumentar capacidade de atendimento a pacientes infectados

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Enquanto o governo do estado espera que parte dos equipamentos comprados da China para combate e proteção à covid-19 sejam entregues até 15 de abril, o SENAI trabalha para recuperar respiradores mecânicos. Esses aparelhos são essenciais no tratamento de infectados que apresentam sintomas graves.

A instituição fechou parceria com dez grandes indústrias para, de forma voluntária, deixar esses aparelhos danificados prontos para uso. Em Fortaleza, o SENAI Jacarecanga teve três salas transformadas em centrais de manutenção e produção de peças de reposição. A ação é feita com apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará e da Universidade Federal do Ceará (UFC). 

“Temos uma equipe multidisciplinar composta por engenheiros clínicos, pneumologistas, médicos intensivistas, fisioterapeutas e técnicos do SENAI, que atuam nessas áreas da eletrônica, mecânica, mecatrônica, hidráulica e pneumática”, explica Paulo André Holanda, diretor regional do SENAI-CE.

A ação, que se estende a outros 12 estados, pode recuperar cerca de 3,6 mil ventiladores pulmonares que estão fora de operação no Brasil, seja porque foram descartados ou têm necessidade de manutenção. No total, existem 65.235 desses equipamentos no país, sendo 17.837 na rede privada e 47.398 no Sistema Único de Saúde (SUS). A estimativa é que cada ventilador recuperado poderá atender até dez pessoas. Os dados são da LifesHub Analytics e da Associação Catarinense de Medicina (ACM).

“Em um nível de utilização intensa, esses respiradores podem apresentar mais defeitos do que o usual. A doença exige muito dos respiradores. Sem os respiradores, o sistema vai entrar em colapso. A gente precisa aumentar a linha de produção nacionalmente”, alerta o médico e presidente da ACM, Ademar José de Oliveira Paes Junior.

Ao todo, 25 pontos da iniciativa + Manutenção de Respiradores, dos quais 10 são unidades do SENAI e 15 estão em unidades de oito montadoras e fábricas da ArcerlorMittal e da Vale, estão espalhados pela Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

 

Educação x isolamento

 

O apoio do SENAI não se restringe apenas à área da saúde. Como forma de levar educação e qualificação profissional a milhões de brasileiros que precisam ficar em casa neste momento, a instituição abriu 100 mil vagas gratuitas em cursos a distância com temas ligados à tecnologia. Os interessados podem ter acesso por meio do Mundo SENAI e só precisam fazer um cadastro.

“O SENAI tem uma plataforma de educação à distância com repositório de material, com realidade aumentada. Também há kits simuladores à distância que propiciam o aprendizado. Estamos investindo, sobretudo, na formação de competência da indústria 4.0, que tende a ser um elemento portador de futuro na carreira dos trabalhadores brasileiros”, aponta diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi.

Essas e outras ações do SENAI para amenizar os efeitos da Covid-19 e proteger quem produz e quem consome fazem parte da campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”. Também participam da iniciativa a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das Indústrias dos estados e do DF. Mais detalhes sobre as ações de cada instituição podem ser acessados pelas redes sociais.

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