“A solução é reciclar”, defende parlamentar gaúcho sobre descarte de lixo

Projeto de lei prevê ampliação do prazo para estados, DF e municípios acabarem com lixões e transformá-los em aterros; deputado federal defende outra medida

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No município de Santa Cecília do Sul (RS), interior do estado, os cerca de 80 associados da Cooperativa de Trabalho dos Recicladores de Resíduos Orgânicos e Inorgânicos, a Copercicla, tiram seu sustento do lixo. Criada em 2003, a Copercicla abriga famílias que não tiveram muitas oportunidades no mercado de trabalho e que têm nos resíduos sólidos e orgânicos a chance de melhorar de vida. As famílias cooperadas recebem por volta de 14 toneladas de lixos vindos de municípios vizinhos e trabalham desde a coleta até o transporte para a usina de reciclagem, seleção de lixo e transporte para empresas que aproveitam o material.

O coordenador da Copercicla, Osmar Vidal, de 55 anos, conta que ele e a família trabalham com a reciclagem desde quando a cooperativa ainda era uma associação, em 1991. Ele comenta que o trabalho de quem recicla é essencial para preservar o meio ambiente.

“A gente percebeu o quanto é importante, ou melhor, o quanto passou a ser importante o nosso trabalho para o meio ambiente, porque hoje tem pouca gente que se preocupa em preservar o meio ambiente. O nosso trabalho aqui é bastante importante nesse sentido”.


O Rio Grande do Sul não possui mais lixões a céu aberto. O último, no município de Viamão, foi desativado em 2015. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada há sete anos, todos os estados, DF e municípios teriam até 2014 para desativar todos os lixões e criar aterros para o descarte adequado do lixo, mas nem todos conseguiram. Por isso, tramita uma lei no Congresso Nacional que pretende prorrogar esse prazo para 2021. Carlos Gomes, deputado federal pelo estado (PRB-RS), acredita que não é a prorrogação que vai ajudar os municípios a lidarem com o problema da construção de aterros.

“A solução é tirar 80, 70, 90% de tudo que hoje está indo para lá (aterros) e colocar na reciclagem, ir para a linha de produção, gerar produto, gerar renda, emprego. O que os países desenvolvidos fazem é dar o tratamento com foco econômico, social e ambiental”.

A lei atual prevê multa de até 50 milhões de reais para quem não cumprir a meta de acabar com os lixões. A proposta prorrogando o prazo (PL 2289) aguarda criação de uma comissão temporária para ser avaliada.

Reportagem, Jalila Arabi.
 

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