Foto: Brasil Mineral/Divulgação
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SGB-CPRM faz levantamento de bens minerais marinhos na plataforma rasa oceânica do RN

Com o trabalho, o Serviço Geológico do Brasil busca ampliar o conhecimento geológico em áreas oceânicas, às margens continentais

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O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) concluiu o estudo relacionado à potencialidade estratégica de bens minerais marinhos da plataforma continental rasa do Brasil. O alvo da pesquisa foi o setor Touros, área marítima no Rio Grande do Norte, compreendida entre o Cabo de São Roque (município de Maxaranguape) e a Ponta do Calcanhar (município de Touros). 

Com o trabalho, o SGB-CPRM busca ampliar o conhecimento geológico em áreas oceânicas, às margens continentais, por meio de levantamentos geológico-geofísicos, sobre a ocorrência de granulados marinhos. O reconhecimento das reservas minerais envolveu análises de campo e laboratoriais, sua sedimentação e geomorfologia.

A região estudada está em sua grande parte dentro da Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais (APARC), que engloba três importantes complexos recifais. "Os estudos possibilitam o conhecimento do ambiente de fundo local e dos granulados marinhos em um ambiente preservado, e podem subsidiar outras pesquisas, que indiquem regiões potenciais e que sejam passíveis de serem exploradas de forma sustentável, pela similaridade de sua sedimentação", relatou o pesquisador Ronaldo Bezerra da Divisão de Geologia Marinha (DIGEOM).

Com base nas análises, o SGB-CPRM obteve mapas temáticos (batimétrico, diâmetro médio, carbonato de cálcio, classificação da composição dos sedimentos e textural) e elaborou a carta textural na escala de 1:100.000, até a profundidade de 30 metros, disponível no Rigeo. 

O setor Touros tem sedimentação dominantemente carbonática, constituída, em grande parte, por fragmentos de algas calcárias verdes do gênero Halimeda ou vermelhas não-articuladas da família Corallinacea. Além disso, sedimentos siliciclásticos (quartzosos) encontram-se presentes formando depósitos reliquiares. Isso faz com que a região apresente ocorrências potenciais para granulados marinhos carbonáticos e siliciclásticos.

Atualmente, os granulados marinhos estão nas indústrias da construção civil, reconstrução de praias erodidas, como também em fertilizantes e suplementos em rações para animais, sendo uma alternativa à exaustão das reservas continentais. 

A investigação de granulados marinhos na plataforma continental brasileira integra o Projeto Plataforma Rasa do SGB-CPRM, desenvolvido no âmbito do Programa de Avaliação da Potencialidade Mineral da Plataforma Continental Jurídica Brasileira (REMPLAC), programa de Estado, instituído por meio da Política Nacional para os Recursos do Mar (PNRM). 

Desenvolvido no litoral Nordestino, os estudos contemplam levantamentos geológico-geofísicos, detalhamento de sítios de interesse geoeconômico e preparação de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a região. A pesquisa foi realizada em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

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