Campanha de vacinação contra febre aftosa e raiva em Goiás. Foto: Agrofedesa
Campanha de vacinação contra febre aftosa e raiva em Goiás. Foto: Agrofedesa

FEBRE AFTOSA: Primeira etapa de vacinação contra doença vai até 31 de maio

Objetivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é suspender essa vacinação após a segunda etapa, em novembro, ampliando as zonas livres de febre aftosa no país

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A estratégia de vacinação contra a febre aftosa no Distrito Federal e em mais seis estados será diferenciada para que ela possa ser suspensa já em novembro deste ano. Segundo orientação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na primeira etapa de vacinação deverão ser vacinados apenas os bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade. Já na segunda etapa, em novembro, os bois, vacas e búfalos de todas as idades precisam ser imunizados. A estratégia é o inverso do que vinha ocorrendo nas campanhas anteriores.

A suspensão vai ocorrer no Espírito Santo, em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, no Tocantins e Distrito Federal após as vacinações. Aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos não precisarão mais ser imunizados após a suspensão, o que corresponde a quase metade do rebanho total do Brasil. A suspensão faz parte do projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país. A meta é que o Brasil se torne totalmente livre da doença sem vacinação até 2026. Atualmente, os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso já têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Durante o anúncio da atual campanha, o ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, ressaltou o trabalho do Brasil para erradicar completamente a febre aftosa.

"É um conquista de todos nós, do Ministério, dos estados e dos produtores rurais. A certeza de que essa união vai fazer cada vez mais a nossa sanidade ser respeitada no mundo, como já é", ressaltou o chefe da Pasta.

O veterinário José Andrade explica que a mudança ocorreu para garantir a completa vacinação nas duas etapas em todo o país.

“A gente estava com alguns problemas de distribuição, de insumos principalmente, para a fabricação de vacinas. E visando a garantia de fornecimento para as duas campanhas, optou-se por fazer essa mudança, trazer a imunização de bovinos e bubalinos até 24 meses apenas agora, em maio, e em novembro a gente vai vacinar o rebanho inteiro, como seria feito em maio, normalmente”, explica.

A primeira etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa iniciou no dia 1º de maio e se estende até o dia 31 de maio. Neste período, precisam ser vacinados os bovinos e bubalinos de até 24 meses de idade, mas não só isso, é preciso também declarar todo o rebanho existente na propriedade, como equinos, suínos, ovinos, caprinos e aves. Se não houver bovinos e bubalinos de até 24 meses para vacinar, isso também deve ser declarado.

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No Goiás, por exemplo, a vacinação contra a febre aftosa de bovinos e bubalinos deve ocorrer nos 246 municípios até o dia 31 deste mês. Segundo a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), há 27 anos o estado não registra focos de aftosa, graças à parceria do governo estadual com as entidades representativas dos produtores e com os criadores.

A vacinação contra a doença é essencial porque o programa de controle da febre aftosa de um país é usado pelo mercado internacional como referência do seu sistema sanitário, ou seja, influencia diretamente no mercado. Nos últimos anos, o Brasil se tornou um dos maiores exportadores de produtos de origem animal.

Além de veterinário, José Andrade trabalha, junto à família, com pecuária leiteira no interior do Goiás. O especialista ressalta que a cadeia do leite, assim como pecuária de corte, é a que mais emprega no Brasil, direta e indiretamente, gerando emprego e renda nos mais diversos estados e que um deslize pode causar sérios problemas.

“A aftosa traz prejuízos econômicos e sociais muito grandes. Se dentro de uma propriedade tiver um caso de febre aftosa, propriedades num raio de 20 a 50 quilômetros em volta, todos os animais precisam ser eliminados. É importante pensar na saúde do seu rebanho, da sua propriedade, como também dos rebanhos vizinhos”, alerta.

Os produtores que não vacinarem seus animais e não declararem seu rebanho ficam impedidos de transitar seus animais e de comercializar os produtos obtidos da sua criação.

O que é a febre aftosa

A febre aftosa é uma doença de notificação obrigatória conforme o Código Sanitário para Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Instrução Normativa nº 50/2013 do MAPA. A doença é causada por um vírus altamente contagioso, com impacto econômico significativo, acometendo principalmente os animais de produção como bovinos, suínos, caprinos, ovinos e outros animais, em especial os de cascos bipartidos (cascos fendidos). A doença é raramente fatal em animais adultos, mas pode causar mortalidade entre os animais jovens.

O vírus da febre aftosa é encontrado em todas as secreções e excreções do animal infectado e pode ser transmitido pelas vias direta (contato entre animais, aerossóis e suas secreções e excreções, sangue e sêmen) ou indireta (água, alimentos, fômites, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos, alimentos de origem animal), entrando no organismo por inalação, ingestão ou abrasão de pele ou mucosas.

Confira aqui o calendário de vacinação contra febre aftosa.
 

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