Ministério da Saúde
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SERGIPE: “Procurem mais informação sobre doação de órgãos”, pede mulher que ‘renasceu’ após transplante de rim

Atualmente, mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.

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A doação de órgãos leva esperança a quem está na lista de espera por um transplante. Para muitos deles, receber um novo órgão é renascer. Essa foi a experiência vivida pela Cícera dos Santos, de 46 anos. Após cinco anos de saúde debilitada e sessões semanais de hemodiálise, a moradora de Aracaju teve um rim transplantado. O doador foi o próprio irmão. Hoje, os dois levam o que a Cícera chama de ‘uma vida normal’. Para que mais histórias como a dela se repitam, a manicure pede aos optantes pela doação que se orientem e tornem pública tal vontade.

“Procurem mais informação sobre a doação. [Saibam que] Os órgãos doados vão ‘bater’ em outras pessoas... Vai bater o coração. Doar órgãos é deixar outras pessoas vivas”, declara.

Entre os órgãos que podem ser doados, estão coração, pulmão, rim, fígado e pâncreas. Há também a possibilidade de doar tecidos, como as córneas, tecidos musculoesqueléticos, valvas e pele. Atualmente, mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. 

O país tem o desafio de diminuir a taxa de recusas familiares à doação de órgão. Quarenta por cento dos familiares não autorizam doar órgão de parentes com morte cerebral. Em Sergipe, esse índice chega a 78%, segundo a Central de Transplantes do estado.

Diante desse contexto, o coordenador da central, Benito Oliveira, reforça a necessidade da conversa entre os possíveis doadores e famílias.“Qualquer pessoa pode precisar de um transplante. Posso doar hoje e alguém da minha família, alguém que eu amo, pode receber de alguém que doou. A doação não é só um ato de amor, mas de cidadania, porque restabelece a qualidade de vida de uma pessoa que está sofrendo muito”, afirma.

A maior demanda dos pacientes do estado é para o transplante de rim, segundo o gestor. Atualmente, são 1,3 mil sergipanos em diálise. Deste número, entre 600 e 650 devem necessitar de um transplante, estima Oliveira. Há, também, grande demanda por transplante de fígado. Como o estado não realiza o procedimento para esses dois órgãos, os receptores são encaminhados para outras Unidades da Federação. 

Sergipe possui equipe e estabelecimento habilitado para realizar apenas o transplante de córnea. Em 2018, fizeram 210 procedimentos do tipo. Neste ano, até o momento, 175 sergipanos receberam o tecido.

Na tentativa de levar mais conhecimento sobre a doação de órgãos, a central sergipana desenvolve projetos de conscientização e formação. Um deles é o ‘Educar para doar’, realizado nas escolas, com adolescentes. Outro projeto é o “Dando que se recebe”, feito em postos de saúde e hospitais, para preparar os profissionais de saúde para o conhecimento sobre o processo e acolhimento familiar. Além disso, o estado conta com uma Organização de Procura de Órgãos (OPO), que desenvolve cursos de capacitação para profissionais e entrevista familiar para reduzir o número de recusa familiar.

No estado, a unidade de referência é o Hospital de Urgência de Sergipe, que atende alta complexidade e cirurgias neurológicas. O Hospital Universitário de Aracaju está sendo capacitado para realizar o transplante renal. A expectativa é que procedimentos do tipo sejam realizados em 2020.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante, financiados pela rede pública de saúde. 

A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
 

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