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LOC.: As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti representam um risco à saúde materno-infantil no Brasil. É o que mostra pesquisa conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, e publicada na revista Nature Communications. O estudo analisou mais de 6 milhões e novecentos mil nascidos vivos entre 2015 e 2020 e concluiu que a infecção por arboviroses como dengue, zika e chikungunya durante a gravidez aumenta o risco de complicações no parto, prematuridade, baixo peso e pode levar até ao óbito neonatal.
O levantamento foi realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia e mostra que os riscos variam conforme o tipo de vírus e o período da infecção.
A dengue foi associada a partos antes do tempo, baixo peso ao nascer e anomalias congênitas. Já a zika apresentou efeitos mais severos, com destaque para o aumento de mais de duas vezes no risco de más-formações congênitas. A chikungunya também se revelou perigosa, elevando a probabilidade de morte neonatal e de alterações no desenvolvimento fetal.
Os impactos são mais severos em comunidades vulneráveis, onde a exposição ao mosquito transmissor é maior. Além do risco à saúde, o custo do cuidado de crianças com anomalias congênitas ou complicações neonatais recai, em grande parte, sobre famílias de baixa renda.
Entre outubro e maio, a incidência de casos de dengue aumenta. Por isso, é preciso reforçar os cuidados, como eliminar lugares com água parada que podem se tornar focos do mosquito, como pneus, pratinhos de plantas e entulhos nos quintais, além de buscar uma unidade básica de saúde em caso de sintomas. É o que explica o secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Fabiano Geraldo Pimenta Junior.
TEC./SONORA: Fabiano Geraldo Pimenta Junior, secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde
“Mesmo nos períodos de baixa transmissão, sempre a população que está com febre, dor no corpo, dor nas articulações, procure a Unidade Básica de Saúde, porque sempre é importante pensar que pode ser um caso de dengue, de chikungunya ou de zika vírus, e a conduta é sempre indicada.”
LOC.: O infectologista Julio Croda destaca a importância da vacinação contra a dengue em crianças de 10 a 14 anos para evitar o agravamento dos casos.
TEC/SONORA: Julio Croda, infectologista
"A vacina garante proteção, principalmente para as formas mais graves, para a hospitalização"
LOC.: No Brasil, a dengue é a arbovirose de maior incidência. De acordo com dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, em 2025 foram registrados mais de 1 milhão e meio de casos prováveis da doença em todo o país, com mais de mil e seiscentas mortes.