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LOC.: Em 2023, o déficit na balança comercial de produtos químicos no país foi de US$ 43,3 bilhões. Os preços praticados pelos países concorrentes foram em média 24,4% inferiores. O que tem sido apontado pela Associação Brasileira da Indústria Química como fator responsável por desequilibrar o mercado interno e ameaçar a fabricação nacional de produtos estratégicos para cadeias de agregação de valor. O economista e professor da FAAP, Sillas Sousa, explica que a falta de investimentos na indústria brasileira é um dos motivos desse desequilíbrio.
TEC/SONORA: Sillas Sousa, economista e professor da FAAP
“O que significa que nosso preço, em comparação com o preço internacional é sempre elevado. E nunca fizemos nada a respeito. O que fazemos sistematicamente desde sempre é impor tarifas, fechar o mercado e acabar privilegiando o produtor nacional sem cobrar dele uma contrapartida em termos de produtividade.”
LOC.: O deputado federal Daniel Almeida do PCdoB da Bahia, argumenta que é um equívoco do governo não compreender a importância do papel da indústria química.
TEC/SONORA: deputado federal Daniel Almeida do PCdoB da Bahia
“Trata-se de uma indústria de base fundamental para fornecer insumos para outras indústrias. Além de ser uma incentivadora de mão de obra e ter um caráter estratégico — visto que diversas nações fazem políticas específicas para fortalecer esse tipo de indústria — justamente para não ficarem dependentes de importações.”
LOC.: Para compensar as diferenças de carga tributária entre o Brasil e outros países, foi criado em 2013 o Regime Especial da Indústria Química, o Reiq. Entre agosto de 2022 e dezembro passado, o regime foi suspenso. Agora que voltou a valer, garante benefícios fiscais, como a isenção de PIS/Cofins, na compra de produtos usados na indústria petroquímica. Além disso, reduz a diferença de custos entre as empresas brasileiras e as concorrentes estrangeiras.
Reportagem, Lívia Braz