Indústria. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Indústria. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Falta ou alto custo de matéria-prima é o principal problema das pequenas indústrias pelo quinto trimestre consecutivo

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), para 61,3% das empresas do segmento de transformação, dificuldade em obter insumos ou o seu alto preço no mercado foram o maior desafio no terceiro trimestre de 2021

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A falta ou o alto custo de matéria-prima persistem como o principal problema enfrentado pelas micro e pequenas indústrias brasileiras. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 61,3% dos donos de micro e pequenas empresas (MPEs) do segmento de transformação afirmaram que a dificuldade em obter insumos ou o seu alto preço no mercado foram o maior desafio no terceiro trimestre de 2021. 

As indústrias de construção também apontam esse como o obstáculo central (51,9%). Os dados constam no Panorama da Pequena Indústria, e se referem ao período entre julho e setembro. Nos últimos cinco trimestres, a escassez de matéria-prima e, por consequência, o seu alto custo, é o principal problema dos pequenos negócios, reforça o levantamento. 

O deputado federal General Peternelli (PSL/SP) acredita que o problema tem origem na pandemia da Covid-19. “No topo do ranking dos principais problemas enfrentados pelas pequenas empresas de transformação e de construção, um dos fatores geradores dessa atividade, ao meu ver, foi a pandemia, que teve uma demanda reprimida e, de repente, não produziu e muitos solicitaram esse material”, destaca. 

Segundo Marco Antonio Rocha, professor do Instituto de Economia e pesquisador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a entrega de insumos só deve se regularizar no primeiro semestre de 2022. 

“A gente está vendo que, mundo afora, há uma série de problemas relativos à normalização do comércio e do fornecimento da estrutura de certas cadeias de fornecimento de insumos no pós-pandemia, mas isso tende a se normalizar com passar do tempo, embora ainda vai exercer certas pressões de custo, pelo menos, até ano que vem”, projeta. 

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Outros problemas

Ainda segundo os empresários, a elevada carga tributária e a falta ou alto custo de energia também estavam entre as principais dificuldades desses negócios para a retomada consistente da atividade. Apesar dos desafios, o terceiro trimestre foi positivo para a pequena indústria. Na comparação com o trimestre anterior, os indicadores de desempenho, situação financeira, confiança e perspectivas melhoraram.

O indicador que mede a situação financeira das micro e pequenas indústrias brasileiras cresceu 0,3 pontos no terceiro trimestre. Nos três meses anteriores (abril, maio e junho), o índice chegou a 42,3 pontos, ante 42,6, pontos alcançados no período que se encerrou em setembro. 

Para o General Peternelli, tal desempenho se deve à maior oferta de crédito e aos programas de auxílio aos pequenos negócios. “O principal motivo para esse resultado foram as iniciativas que facilitaram o acesso ao crédito para as pequenas indústrias. Nessa área, o próprio Governo Federal vem implantando medidas que têm contribuído positivamente para melhoria dessa situação financeira. Gostaria de citar o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o Pronampe e, também, o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, o BEm”, diz. 

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