LOC.: Um levantamento divulgado pela plataforma CupomVálido, com base em dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, revela que o Brasil aparece como o segundo país que mais cobra impostos das empresas, com uma carga tributária de 34%.
A carga tributária brasileira passou de 31,77% do produto interno bruto (PIB) em 2020 para 33,90% em 2021. O patamar é considerado o mais elevado da série histórica iniciada em 2010. Os dados são do Tesouro Nacional.
Na avaliação do advogado tributarista Matheus Almeida, além da alta carga tributária, a complexidade do atual modelo de arrecadação de impostos também é um problema.
TEC./SONORA: Matheus Almeida, advogado tributarista
“A carga tributária do Brasil não é a mais alta do mundo, mas a mais complexa, com certeza ela é. Diariamente são criadas 16 normas tributárias no Brasil. É extremamente complexo trabalhar na área tributária, tendo em vista o volume de normas e a velocidade que elas são alteradas. Se conseguirmos simplificar isso em uma única guia de arrecadação, já seria uma ajuda gigantesca.”
LOC.: A necessidade da Reforma Tributária também é consenso entre os parlamentares. O deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) acredita que o Brasil precisa corrigir distorções tributárias que envolvem a taxação do consumo e da renda. O parlamentar explica que o modelo atual prejudica o setor produtivo e as pessoas com menor poder aquisitivo.
TEC./SONORA: Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)
“Eu gosto de citar o exemplo da minha cidade, Manaus. Lá, se um pobre for ao supermercado comprar um quilo de arroz, ele vai pagar 18% de ICMS. Quem mora na casa mais cara de Manaus paga 0,9% de IPTU, considerada a maior alíquota do imposto. Além disso, quem tem o carro mais caro de Manaus paga 2% de IPVA, também a maior alíquota. Isso é uma aberração, e nós precisamos iniciar uma transição de correção.”
LOC.: Ramos defende uma transição para reduzir os tributos sobre a folha de pagamento e o consumo. Em contrapartida, ele propõe que se tribute um pouco mais a renda e a propriedade.
Reportagem, Marquezan Araújo