Assinatura da concessão da Fiol representa "futuro do setor ferroviário", disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Crédito: Ricardo Botelho/MInfra
Assinatura da concessão da Fiol representa "futuro do setor ferroviário", disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Crédito: Ricardo Botelho/MInfra

BAMIN investirá R$ 3,3 bilhões na Ferrovia de Integração Oeste-Leste

Com a concessão, a ferrovia irá ajudar a escoar a produção de minério de ferro da mina Pedra de Ferro, de Caetité (BA), até o Porto Sul, em fase de construção na cidade de Ilhéus, litoral baiano

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O governo federal e a BAMIN firmaram o contrato de subconcessão da FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), arrematada em leilão realizado em abril deste ano na B3, em São Paulo. A conclusão para construção da ferrovia de mandará investimentos de R$ 3,3 bilhões, dos quais R$ 1,6 bilhão em obras civis e R$ 1,7 bilhão em material rodante, como vagões e locomotivas. A BAMIN adquiriu subconcessão por um período de 35 anos, sendo cinco para a construção da ferrovia e 30 para sua exploração. 

Assim que estiver concluída, a FIOL terá capacidade para movimentar 60 milhões de toneladas anuais. A mineradora utilizará apenas um terço desse potencial e dois terços serão disponibilizados para outras empresas de mineração e agronegócio, além de demais setores que precisarem escoar seus produtos e receber insumos, máquinas e implementos agrícolas. 

Para a BAMIN, a FIOL irá ajudar a escoar a produção de minério de ferro da mina Pedra de Ferro, de Caetité (BA), até o Porto Sul, em fase de construção na cidade de Ilhéus, litoral baiano. A BAMIN deve transportar 1 milhão de toneladas de minério de ferro e, com a finalização do Porto Sul e FIOL, previstos para 2026, este volume deve alcançar 18 milhões de toneladas por ano. O minério produzido é de altíssima qualidade, com 65% de hematita, considerada uma commodity premium: DSO 65. O processo de beneficiamento dessa matéria-prima na indústria não requer água e não consome muita energia, o que gera ganhos em termos de sustentabilidade.

Com a assinatura do acordo, a BAMIN terá 120 dias para entender o andamento da obra e avaliar outras questões relacionadas. É uma fase preliminar para a elaboração do plano de retomada das obras civis previstas para o segundo semestre de 2022. A retomada da construção gera expectativas de desenvolvimento, já que a ferrovia passará por 20 municípios da Bahia. A BAMIN prevê instalar mais de 30 pátios de carga ao longo da rota, criando oportunidades para os produtores regionais, potencializando as cadeias produtivas instaladas ao longo do caminho. Por onde a FIOL passar, possibilitará novos negócios, arrecadação de impostos, geração de empregos e renda. O Ministério da Infraestrutura estima a geração de 55 mil empregos diretos e indiretos com a construção da ferrovia, em cinco anos. "A Mina Pedra de Ferro, Porto Sul e agora a FIOL, que a BAMIN está desenvolvendo na Bahia, constituem um marco histórico de transformação para a economia, para o orgulho e a autoestima da população do estado e de todos os brasileiros. Estamos construindo um novo corredor logístico para integrar o Oeste com o Leste do Brasil, com um novo e importante corredor de exportação. Tanto a FIOL quanto o Porto Sul certamente contribuirão para o crescimento e o desenvolvimento sustentável da região. O estado da Bahia ocupará uma nova e importante dimensão na economia nacional, tornando-se também o terceiro maior produtor de minério de ferro do país, gerando riquezas, distribuição de renda e elevando a qualidade de vida de sua população", afirma Eduardo Ledsham, CEO da BAMIN.

A Associação de Agricultores e Irrigantes – Aiba considera a FIOL um projeto bem-vindo, já que o novo modal vai reduzir os custos de transporte. A estimativa da entidade é conseguir embarcar mais de 10 milhões de toneladas de grãos e fibras anualmente. "Porém, há uma grande quantidade de carga ainda não dimensionada nas áreas da pecuária, piscicultura, madeira, celulose e fruticultura, com a expansão da área de cacau no Oeste, e de banana, em que a Bahia é o maior produtor do país", diz Odacil Ranzi, presidente da Aiba. 

A BAMIN arrematou o trecho 1 da ferrovia que liga as cidades de Ilhéus, Uruçuca, Aureliano Leal, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Itagi, Jequié, Manoel Vitorino, Mirante, Tanhaçu, Aracatu, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Lagoa Real, Rio do Antônio, Ibiassucê e Caetité. Com mais dois trechos a serem construídos futuramente, a FIOL terá um total de 1.527 km, chegando ao Tocantins onde poderá ser conectada à Ferrovia Norte-Sul. O projeto do trecho 2 vai de Caetité a Barreiras e o terceiro trecho vai até o Tocantins, na cidade de Figueirópolis

A BAMIN informa que já conta com profissionais experientes contratados no setor ferroviário. A empresa conta ainda com a expertise do Grupo do qual faz parte, o Eurasian Resources Group - ERG. Com operações em 15 países, e mais de 75 mil empregados, o Grupo ERG opera também na Ásia Central, com vasta experiência em ferrovias. A empresa movimenta mais de 50 milhões de toneladas de cargas anualmente, utilizando 10 mil unidades próprias de transporte. O tamanho da frota exige uma capacidade de manutenção e reparo de 2.500 vagões por ano e mais de mil manutenções por ano nas locomotivas. "Sabemos que em todo o mundo, onde quer que seja construída uma ferrovia, ela incentiva o desenvolvimento sustentável das cidades por onde passa. As pessoas experimentam prosperidade e as esperanças se tornam realidade. Temos certeza que a FIOL fará a integração necessária para gerar oportunidades e riquezas, unindo ainda mais o Oeste ao Leste do Brasil. Estamos aqui há dezesseis anos, acreditando no potencial do Brasil e na capacidade do povo brasileiro", disse Benedikt Sobotka, CEO do Grupo ERG.

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